Governo prevê protestos menores, porém mais violentos na Copa

Chefe da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, Andrei Augusto Passos Rodrigues diz que o governo não pretende interferir no direito dos cidadãos de organizar e participar de manifestações, mas não vai tolerar atos de violência como os que têm acontecido nos protestos recentes; "Naquelas manifestações de junho (de 2013) o desenho era de uma grande multidão, pacífica, ordeira, mas ao final pequenos grupos cometiam atos de barbárie e vandalismo. Hoje, o que percebemos é um grupo reduzidíssimo de manifestantes e, se não a totalidade, a intensa maioria desse grupo violento", diz

Chefe da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, Andrei Augusto Passos Rodrigues diz que o governo não pretende interferir no direito dos cidadãos de organizar e participar de manifestações, mas não vai tolerar atos de violência como os que têm acontecido nos protestos recentes; "Naquelas manifestações de junho (de 2013) o desenho era de uma grande multidão, pacífica, ordeira, mas ao final pequenos grupos cometiam atos de barbárie e vandalismo. Hoje, o que percebemos é um grupo reduzidíssimo de manifestantes e, se não a totalidade, a intensa maioria desse grupo violento", diz
Chefe da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, Andrei Augusto Passos Rodrigues diz que o governo não pretende interferir no direito dos cidadãos de organizar e participar de manifestações, mas não vai tolerar atos de violência como os que têm acontecido nos protestos recentes; "Naquelas manifestações de junho (de 2013) o desenho era de uma grande multidão, pacífica, ordeira, mas ao final pequenos grupos cometiam atos de barbárie e vandalismo. Hoje, o que percebemos é um grupo reduzidíssimo de manifestantes e, se não a totalidade, a intensa maioria desse grupo violento", diz (Foto: Valter Lima)


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Por Jeferson Ribeiro e Anthony Boadle

BRASÍLIA, 14 Fev (Reuters) - O governo federal se prepara para uma Copa do Mundo com protestos menores e mais violentos do que os que ocorreram durante a Copa das Confederações no ano passado, disse o chefe da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), Andrei Augusto Passos Rodrigues.

O governo não pretende interferir no direito dos cidadãos de organizar e participar de manifestações, mas não vai tolerar atos de violência como os que têm acontecido nos protestos recentes.

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Rodrigues, que chefia os esforços do governo para coordenar órgãos federais e estaduais de segurança e de outras áreas essenciais para realização da Copa do Mundo, diz que a Sesge trabalha com esse cenário mais violento, um novo perfil de protestos que acaba afastando as pessoas que têm o objetivo de se manifestar pacificamente.

"Naquelas manifestações de junho (de 2013) o desenho era de uma grande multidão, pacífica, ordeira e ao final pequenos grupos que não sei por quais razões cometiam atos de barbárie e vandalismo", disse Rodrigues em entrevista exclusiva à Reuters.

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"Hoje já houve uma mudança desse cenário. O que nós percebemos agora nas últimas manifestações é um grupo reduzidíssimo de manifestantes e, se não a totalidade, a intensa maioria desse grupo violento", avaliou o secretário, que é policial federal e trabalhou na coordenação da segurança da presidente Dilma Rousseff na campanha eleitoral de 2010.

"Ou seja, com o propósito da violência pela violência. E isso nós não aceitamos", afirmou.

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No ano passado, um movimento que nasceu contra o aumento das tarifas de ônibus e acabou ampliando as demandas por melhores serviços públicos e fim da corrupção, culminou com o repúdio aos gastos com o Mundial, tendo como palco principal as partidas da Copa das Confederações.

Os protestos muitas vezes evoluíram para confrontos violentos entre policiais e manifestantes, assustando torcedores no acesso aos estádios, apesar da segurança reforçada. Este ano, durante a Copa, cada um dos estádios terá um perímetro de segurança em que não serão permitidos protestos. Esse perímetro será protegido por barreiras policiais.

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O secretário citou como exemplo a organização usada no desfile cívico do Dia da Independência, em Brasília, no passado. A estratégia não evitou, no entanto, confronto entre manifestantes e as forças de segurança, que resultou em feridos.

"Foram definidas três linhas de contenção, uma linha de advertência, uma segunda linha já para impedir que a manifestação avançasse, com uma intervenção policial dialogada, e a partir daí uma terceira linha que a gente tem a plena convicção de que quem chegou até lá é porque realmente está disposto à violência e ali não vai passar", exemplificou.

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Até o início da Copa do Mundo, a previsão é que o país invista mais de 1,1 bilhão de reais com treinamento, construção de centros integrados de controle e compra de equipamentos com a segurança pública.

Na contramão das críticas sobre atrasos e desembolsos para estádios, Rodrigues argumenta que na sua área todos os investimentos estão dentro do prazo e que "na segurança não tem elefante branco", porque todas as instalações e equipamentos continuarão sendo usados quando o torneio terminar, em 13 de julho. A Copa começa no dia 12 de junho, com a partida entre Brasil e Croácia, em São Paulo.

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AMPARO LEGAL

Sobre a polêmica em relação a uma legislação mais explícita para poder lidar com manifestantes violentos, o secretário afirmou que as forças de segurança querem que o Congresso aprove uma norma que permita aos policiais conter a desordem.

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Nesta semana, porém, o governo atuou para impedir a votação no Senado de um projeto de lei que tipifica criminalmente atos de terrorismo, temendo que os senadores aprovassem emendas que permitissem repressão às manifestações. Apesar de não ser contra a legislação, o Executivo considera que este não é o melhor momento para aprová-la, porque pode ampliar a polêmica sobre o controle das manifestações.

"A atividade policial... tem um princípio inafastável que é o da legalidade e para nós operadores da segurança pública é sempre importante que tenhamos o amparo legal para nossa atuação", disse.

"A legislação que venha no sentido de coibir esses abuso, de coibir essa violência, de trazer mecanismos para que o Estado possa efetivamente dar respostas eficazes é sempre bem-vinda e vem em boa hora para que a gente tenha mais esta ferramenta", argumentou Rodrigues.

A falta de uma legislação clara contra atos terroristas é uma preocupação das forças de segurança não só pelos protestos, mas também para proteção das delegações internacionais.

Além dos 600 mil torcedores estrangeiros esperados, 31 times do exterior e suas delegações estarão no país. Cada equipe terá um esquema específico de segurança, dependendo do local e do jogo que disputará.

"O que existe é uma preocupação com todos e, a partir disso, é feita uma análise de risco e uma classificação, nos mesmos moldes que é feito ... para chefes de Estado. Há a classificação dos níveis de risco para cada delegação e também para cada evento, para cada jogo", explicou.

Segundo ele, o Brasil também está finalizando os entendimentos com os países que terão seleções na Copa, com a Interpol e com a Fifa, para adotar medidas que evitem a entrada de torcedores violentos no país durante a competição.

A Sesge terá, por exemplo, a lista de todos os torcedores que compraram ingressos para os jogos da Copa do Mundo.

EVENTO-TESTE

O planejamento de segurança prevê que haverá cerca de 100 mil agentes de segurança --considerando além das polícias os bombeiros, agentes de saúde, policiais de trânsito-- atuando durante a Copa. Fora o contingente das Forças Armadas, que ficará responsável pela proteção das áreas de infraestrutura, do espaço aéreo, do mar territorial. Os militares também poderão atuar em segurança ostensiva, mas em situações extremas.

A Copa das Confederações, considerada um evento-teste na arena esportiva, acabou servindo de preparação também para a área de segurança, lembrou Rodrigues.

Segundo ele, no cenário com seis sedes, com protestos em dezenas de cidades, houve dias que mais de 50 mil policiais foram às ruas, sem mortes decorrentes da ação policial.

"Nenhum jogo foi comprometido, nenhum torcedor deixou de entrar ou sair do estádio em decorrência das manifestações ou da violência", disse Rodrigues.

Um evento com o dobro de sedes, quatro vezes mais times e, portanto, mais torcedores, tem um grau de complexidade muito maior, admite Rodrigues, que reconhece um aumento "exponencial" da demanda por segurança.

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