Governo planeja deixar caducar MP de Combustíveis para evitar perdas

A MP, publicada pelo governo no dia 28 de fevereiro, tem validade de quatro meses

(Foto: José Cruz/Agência Brasil)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

(Reuters) - O governo federal deve deixar caducar a Medida Provisória que restabeleceu a oneração da gasolina e do etanol e criou o imposto sobre exportação de petróleo cru para evitar que eventuais mudanças no texto no Congresso terminem por prejudicar a arrecadação do governo, disseram à Reuters duas fontes que acompanham o tema.

A MP, publicada pelo governo no dia 28 de fevereiro, tem validade de quatro meses. Se não for votada pela Câmara e pelo Senado e transformada em lei dentro desse período, o texto cai e passa a valer a regra original.

continua após o anúncio

Apesar da decisão do governo de não se empenhar pela votação da MP, o Congresso pode decidir votá-la mesmo assim, mas o prazo curto e a falta de empenho da base do governo tornam o processo mais difícil.

O texto da MP estabeleceu uma reoneração parcial do PIS/Cofins para gasolina e etanol, tributos quem tinha sido zerados no governo anterior e tiveram sua isenção extendida até 28 de fevereiro na gestão Lula.

continua após o anúncio

Para gasolina, a MP levou de zero para 47 centavos de real por litro, em vez dos 69 centavos originais, enquanto no etanol, de zero para dois centavos, em vez de 24 centavos.

Para compensar a reoneração parcial, o texto prevê ainda a cobrança de um imposto de exportação sobre petróleo cru para repor a perda de receita e chegar aos 29 bilhões de reais este ano que o governo teria com a volta do imposto total.

continua após o anúncio

TENSÃO COM AGRONEGÓCIO

Se a MP cair, os valores do PIS/Cofins voltam para o original, ao mesmo tempo que o imposto de exportação é encerrado. E é esse o ponto que criou algum atrito com os parlamentares.

Apesar da solução encontrada pelo governo ter sido elogiada em várias frentes, alguns setores - especialmente o agronegócio - viram o imposto de exportação dos combustíveis como a abertura de um flanco para que o governo avançasse com a mesma ideia para outros produtos de exportação.

continua após o anúncio

Segundo uma das fontes, não há essa intenção e nem esse risco. A taxação da exportação foi a solução encontrada para compensar a perda de arrecadação com a reoneração parcial porque não necessita o cumprimento de noventena --um tempo de espera até que a cobrança seja efetiva-- e, também, atinge apenas um setor que vem tendo lucros extremamente altos com pouca tributação.

De qualquer forma, o risco visto pelo governo é de, ao ter a MP analisada pelo Congresso, perder o imposto de exportação e não ter a recomposição do PIS/Cofins para os valores anteriores, o que resultaria em perda de arrecadação.

continua após o anúncio

O texto é visto pela oposição como uma munição contra o Governo Lula e um teste para a base aliada ao Planalto. Nesta semana, Carlos Portinho (PL-RJ), líder do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro no Senado, defendeu a votação célere da MP. "O melhor é que fosse pautada rápido para derrubar essa excrescência intervencionista", disse à Reuters.

Portinho ponderou que a data de votação da MP passa pelo crivo dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Lira e Pacheco ainda não se pronunciaram sobre o tema.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247