Gestão de Coxa desperta fúria no Jockey de São Paulo

Iniciativa de vender prédio do clube no centro da cidade, somada a atrasos de seis meses no pagamentos de prêmios, revoltam sócios; medidas judiciais serão tomadas contra administração de ex-presidente da bolsa; pedido de impeachment pode ocorrer

Gestão de Coxa desperta fúria no Jockey de São Paulo
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247 – Está cada vez mais down no high society – e o motivo é a gestão de um dos nomes mais notórios da própria alta sociedade paulistana em um de seus clubes mais tradicionais. Eleito para a presidência do Jockey Club de São Paulo com o apoio de banqueiros, empresários e até do ex-governador Paulo Maluf, Eduardo da Rocha Azevedo, o Coxa, está fazendo uma gestão às avessas. Ele assumiu o clube com o caixa no azul, mas encerrou o primeiro ano de sua gestão (2011) com despesas R$ 11 milhões acima da arrecadação. Para este ano, a previsão é a do Jockey encerrar o exercício com prejuízos estimados em R$ 22 milhões, a partir de R$ 52 milhões em gastos para apenas R$ 30 milhões em receitas.

Logo após tomar posse, em março de 2011, Coxa assumiu com o prefeito Gilberto Kassab o reconhecimento de uma dívida de R$ 80 milhões. Essa dívida vinha sendo questionada na Justiça, com ganhos de causa, pela diretoria imediatamente anterior. Daquela maneira, o Jockey só recolhia o IPTU correspondente à sua sede de corridas, no bairro de Cidade Jardim, após decisão judicial. Fora feita uma renegociação, que a gestão atual preferiu ignorar. Da maneira como ficou, o clube reconheceu uma dívida considerada impagável, que estava sub-judice. O plano de Coxa de melhorar as finanças do clube, está naufragando.

Uma das consequências da gestão de Coxa é o não pagamento de prêmios aos proprietários cujos cavalos vencem ou saem bem colocados em corridas. Somente agora, no mês de novembro, estão sendo completados os pagamentos de prêmios para corridas feitas em junho deste ano. Um atraso de cinco meses que desestimula o desenvolvimento do turfe em São Paulo e está empurrando uma série de equipes para o Rio de Janeiro. A atual gestão mantém um gerente executivo, Horácio Mendonça, que tem salário fixo considerado muito alto pelos opositores. Ele está sendo criticado por ter mais poderes que diretores estatutários. Uma de suas últimas iniciativas é a de acabar com o tradicional campo de futebol na região chamada de "eucaliptos".

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- Os sócios estão perdidos. Quem acreditou que Coxa iria melhorar o turfe, não recebe prêmios. Os que entenderam que ele iria preservar as sedes sociais e esportiva, estão observando sua tentativa de venda direta de patrimônio. Nossa dívida, que estava sendo discutida, foi reconhecida de maneira temerária junto à Prefefeitura. Ele está fazendo uma anti-gestão, diz um antigo associado do Jockey.

No dia 27 de novembro, porém, a polêmica promete crescer ainda mais. Rocha Azevedo e sua diretoria irãolançar a proposta, em assembléia de sócios, de vender o histórico e elegante prédio do clube na rua Boa Vista, ao lado da Bolsa de Valores de São Paulo, no centro da capital. Com 16 andares, o edifício é utilizado em parte pelo clube e, em parte, para locação. Ali está boa parte do patrimônio cultural do clube, como telas de Di Cavalcanti, Portinari e mobiliário de época. Dali o Jockey retira, desde o aluguel de garagem à de escritórios, cerca de R$ 1 milhão por mês e mantém um movimentado restaurante. A renda extraída do edifício é maior do que a gerada pelas corridas de cavalo. Trata-se da receita mais segura para a manutenção do clube.

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Coxa, no entanto, quer vendê-lo, o que vai despertando a ira de antigos associados. Eles prometem entrar com medida cautelar na Justiça para impedir a realização da assembléia e barrar a venda do patrimônio do clube, que consideram ilegítima. Estuda-se, ao lado da ação pontual, um pedido de impeachment de Coxa, por má gestão.

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