Folha revela o que seria a delação premiada da UTC
Num acordo que não ocorreu e que dificilmente ocorrerá, o empreiteiro Ricardo Pessoa, preso em novembro do ano passado e hoje em regime domiciliar, delataria as mais importantes figuras do PT, criminalizando doações legais à campanha da presidente Dilma e envolvendo ainda o ex-presidente Lula, o prefeito deSão Paulo Fernando Haddad e o ex-ministro José Dirceu; rascunho do suposto acordo com os procuradores da Lava Jato foi vazado ao jornal paulista para constranger as figuras petistas; a própria força tarefa reconhece que o empresário descreve as situações de forma vaga; em nota, o PT refutou todas as alegações, disse que doações foram legais e que as contas da campanha foram aprovadas por unanimidade na Justiça Eleitoral
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247 - O pré-acordo de leniência do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, preso em novembro do ano passado e hoje em regime de prisão domiciliar, prevê que o empresário deva delatar a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o ex-ministro José Dirceu. O rascunho do suposto acordo com os procuradores da Operação Lava Jato foi deliberadamente vazado pelo Ministério Público Federal ao jornal Folha de S. Paulo para constranger as figuras petistas, já que dificilmente o acordo deve prosperar com a libertação de Pessoa, atualmente em prisão domiciliar.
Segundo o jornal paulista, Pessoa se disse que sentiu-se coagido a doar R$ 7,5 milhões à campanha à reeleição de Dilma temendo “prejuízos” em seus negócios na Petrobras, mesmo já fazendo parte do cartel de empresas investigadas pela força tarefa. Segundo ele, a contribuição da empresa foi acertada com o tesoureiro da campanha, o atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva. O próprio MPF, no entanto, reconhece que Pessoa descreve de forma vaga sua conversa com Edinho.
Em nota, o PT e Edinho refutaram as acusações afirmando que todas as doações à campanha de Dilma em 2014 foram feitas de acordo com a legislação e aprovadas por unanimidade na Justiça Eleitoral.
No suposto acordo para colaborar com as investigações em troca de ter sua pena reduzida, não bastaria a Ricardo envolver Dilma. O MPF exigiria, conforme sugere o vazamento, que outras figuras petistas fossem igualmente alvejadas.
Para atender à expectativa da delação, o empreiteiro deveria dizer que a campanha do ex-presidente Lula recebera R$ 2,4 milhões via caixa dois. O dinheiro teria sido trazido do exterior por um fornecedor de um consórcio formado pela UTC com as empresas Queiroz Galvão e Iesa e entregue em espécie no comitê petista. As outras empresas não confirmam a “doação”.
Também seria envolvido o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a quem a empresa teria doado R$ 2,4 milhões para quitar dívida de campanha.
Completando o stryke, Pessoa teria prometido revelar `Justiça detalhes de negócios com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Pessoa pagou R$ 3,1 milhões à empresa de consultoria de Dirceu entre 2012 e 2014 para prospectar negócios no Peru, mas teria afirmado aos procuradores que a maior parte dos repasses foi feita após a prisão do ex-ministro.
A assessoria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disseram que não comentaria o pré acordo de delação. Haddad disse que as doações à sua campanha foram todas feitas de acordo com a lei e que as dívidas foram quitadas posteriormente pelo PT. O advogado de Dirceu, Roberto Podval, informou que seu contrato de consultoria com a UTC tinha como objetivo exclusivo prospectar negócios no Peru, sem qualquer relação com a Petrobras.
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