Fernando Haddad diz que arcabouço fiscal não é dele, mas do governo Lula

Em entrevista à Folha de S.Paulo, o ministro da Fazenda fala sobre as articulações com economistas e políticos para a elaboração da política fiscal

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 30.03.2023
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 30.03.2023 (Foto: Jose Cruz/Agência Brasil)


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247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirma em entrevista à Folha de S.Paulo que o arcabouço fiscal não é fruto apenas de sua elaboração, mas é uma política aprovada pelo presidente Lula em reuniões de que participou também a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann.

Haddad elogia a contribuição dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, na transição, o que lhe dá elementos para considerar que da parte do Congresso não haverá dificuldades para aprovar o arcabouço fiscal. "Até agora, não houve um teste grande da operação do novo governo com o novo Congresso. Não houve ainda uma grande votação. Qual empecilho pode haver? Já houve uma votação grande, a da PEC da Transição. Mas, olha, vou dizer uma coisa. Quem fez a transição de um governo para outro foi o Congresso, nas pessoas do Lira e do Pacheco [Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, em 2021-22, reeleitos para o biênio 2023-24]. Consolidaram o resultado das urnas, o respeito à democracia, inclusive aprovando uma emenda constitucional que garantiu a gestão no primeiro ano de governo. Ou seja, sem Lira e Pacheco, nós não estaríamos aqui, hoje. Eles foram os grandes responsáveis pela transição. Tem que assinalar isso. Isso é um reconhecimento justíssimo. Eu sou testemunha disso. Não creio que eles vão faltar [agora], sobretudo com a agenda de recuperação fiscal e aquilo que é política de Estado, não é política de governo".

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Haddad falou também sobre as polêmicas que surgiram com segmentos do PT em torno da política fiscal. "Sinceramente não fiz pacto com ninguém. Não fiz pacto nem com A nem com B. O que eu fiz foi fechar uma equipe técnica de altíssima qualidade, definir um desenho, levar esse desenho para pessoas tão diferentes quanto Esther Dweck e Simone Tebet, que pensam muito diferente, e falar com Ministério do Desenvolvimento [de Geraldo Alckmin], Casa Civil [de Rui Costa], presidente da República". Haddad referia-se à crítica do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), de que o ministro da Fazenda fez um pacto com o diabo. 

"Manifestações críticas e elogiosas vão acontecer em qualquer agremiação. Agora quem fala pelo Partido dos Trabalhadores é a sua Executiva, com todo respeito a vozes internas. Nada obsta a um deputado em exercício de seu mandato apresentar o seu projeto", pontuou, acrescentando que "a presidente do PT participou da reunião que deliberou, na presença da Miriam Belchior [secretária-executiva da Casa Civil], da Esther Dweck [ministra da Gestão], na minha presença, que deliberou o encaminhamento que foi dado pelo presidente Lula. E esse arcabouço não é do Haddad". 

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