Fernando Fernandes: “a Lava Jato não acabou”
Em entrevista à TV 247, o advogado criminalista disse entender que as atuais movimentações no TRF-4 ainda compõem a luta contra o lavajatismo

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247 - O advogado criminalista Fernando Augusto Fernandes concedeu entrevista ao Boa Noite 247, da TV 247, e avaliou as recentes decisões do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que atingiram o juiz Eduardo Appio demonstram que o lavajatismo segue forte no judiciário brasileiro.
Para o advogado o suposto - e estranho - telefonema do juiz Eduardo Appio ao genro do ex-juiz Sérgio Moro, o filho do desembargador Federal Marcelo Malucelli, não somente não justifica o afastamento em decisão cautelar, como demonstra um plano elaborado para manter em mãos suspeitas os processos que podem levar à tona as irregularidades cometidas pelo ex juiz Sérgio Moro. “Nós estamos diante de uma nova trincheira do lavajatismo. Nós estamos vivendo um momento da história em que não só as transformações mas essas lutas são mais intensas”, avaliou.
Fernando Fernandes acredita que a autoria do telefonema é irrelevante, já que publicamente tinha como objetivo confirmar a relação de parentesco entre o funcionário do escritório de Sérgio Moro e o desembargador Malucelli. Para o advogado, a reação da mídia e do TRF-4, que afastou sem investigação o juiz Appio, são desproporcionais ao caráter inofensivo daquela chamada. “O Tribunal se mostrou um corpo fechado, parte da espinha dorsal da fraude do abuso de Sérgio Moro e este Tribunal aparentemente está agindo como o corpo para impedir de todas as formas que os elementos necessários à descoberta dos abusos dessas delações apareçam”, considerou.
Fernandes entende que o afastamento do Juiz Appio, além de precipitado, corresponde à tendência persecutória que marca aquele tribunal, por ferir garantias constitucionais que protegem o trabalho do magistrado: “O tribunal afastou o juiz a pedido do desembargador que já havia cometido ilegalidades. Então o que se espera do CNJ é que seja instado imediatamente cassar essa decisão e colocar de volta o juiz.”
Gênese da Lava-Jato
Para Fernando Fernandes, é preciso entender que a dinâmica suspeita envolvendo o doleiro Youssef desde 2006, bem como o advogado Rodrigo Tacla Duran, revelam uma trama no Tribunal Regional da 4ª Região. “Tacla Duran tem feito acusações gravíssimas com provas e concatenado com a realidade da Lava Jato, demonstrando que os vestais da moralidade de fato também criaram uma rede de extorsão de dinheiro, algo muito semelhante à 1964, quando os militares não somente torturavam como vendiam segurança.”
Fernandes avalia que a dificuldade de conter os desmandos atuais da Operação Lava Jato está no fato de que a corrupção está entranhada desde a raiz quando o ex-juiz Sérgio Moro realizava escutas sem devida autorização e ampliava seu poder de atuação sem restrições, deixando um rastro de suspeições e arbitrariedades.“O Tribunal Regional, o qual tem muitos membros que foram co-autores dos abusos cometidos pelo Sérgio Moro, estão agora tentando encobrir as investigações desses abusos.”
Assista na íntegra à entrevista de Fernando Fernandes:
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