Faltam vagas na educação especial da rede pública do DF

A situao mais dramtica na Educao Precoce, que atende crianas de zero a 3 anos



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Maryna Lacerda_Brasília 247 — A inclusão de alunos com necessidades especiais na rede pública de ensino do Distrito Federal ainda está longe do que deveria ser. Falta estrutura física adequada à recepção dos estudantes nos centros de ensino especial.

Neles, o foco é, em geral, estimular a independência dos alunos para desempenharem atividades do dia-a-dia. Crianças com deficiência visual, por exemplo, aprendem a reconhecer objetos. As com algum transtorno mental, por sua vez, descobrem como se alimentar sozinhas. Conforme o desempenho nesse primeiro estágio, são encaminhadas às turmas em que aprendem vogais e números. E é aí que são despertados os mecanismos para facilitar a aprendizagem no ensino regular.

E, como era de se esperar, a rede pública de ensino especial não tem vagas suficientes para atender a todos os alunos. A situação é mais dramática na Educação Precoce, que atende crianças de zero a 3 anos. Diferentemente do ensino regular, em que as matrículas são feitas anualmente, a Educação Precoce recebe alunos em qualquer época do ano letivo. As atividades desenvolvidas são estimulação cognitiva, motora e de fala.

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No Centro de Ensino Especial 1 do Gama, estão matriculados 554 alunos. Mas, segundo a vice-diretora, Célia Rizzon, 15 crianças estão na lista de espera. Ela conta que chega a ceder alguns horários e dias para os casos mais graves para que o aluno não fique fora da escola. E a maioria dos estudantes são do Entorno. "Cerca de 60% das crianças vêm de Luziânia, Pedregal", diz.

Falta de vagas também é a realidade do Centro de Ensino Especial 1 de Ceilândia. O vice-diretor, Itamar Assenço, afirma que quem está na fila de espera tem que esperar que alguma criança abandone a escola para se matricular. "Sempre que um caso de evasão é constatado, outro aluno é imediatamente inserido na grade", diz.

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A filha do corretor de imóveis Antônio de Araújo frequenta há um ano o Centro de Ensino Especial 2 do Plano Piloto. A menina nasceu com uma lesão na retina que provocou perda da visão. Hoje com 1 ano e meio, ela participa de uma oficina de estimulação visual, em que aprende a forma e a textura dos objetos. A família mora no Gama, mas só encontrou vaga na unidade especial do Plano Piloto. Ele conta que, para proporcionar educação à filha, tem que fazer adaptações à sua rotina. "O gasto com o combustível é alto, mas quero dar condições [de aprendizado] à minha filha", conta.

Adultos não têm vez

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Se faltam vagas para as crianças, imagine para os adultos. Obviamente, eles não se enquadram no Ensino Precoce, mas também são aceitos no ensino especial. Eles procuram os centros para aprender o convívio social e não para adquirirem conhecimento em disciplinas como matemática, português ou geografia. Isso porque, de acordo com o regimento escolar do DF, pessoas com mais de 21 anos não têm direito à alfabetização no ensino regular. Assim, eles aprendem lições sobre as tarefas domésticas, como cozinhar, passar a roupa.

A secretaria de Educação foi procurada pelo Brasília 247 e, até o fechamento da edição, não havia respondido aos questionamentos.

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