Falta informação na guerra contra o crack

Governo Federal realiza pesquisa com 25 mil entrevistas - cujos resultados esto atrasados - para fazer frente ao problema da droga, que afeta mais de 2 milhes de brasileiros

Falta informação na guerra contra o crack
Falta informação na guerra contra o crack (Foto: Andréa Rêgo Barros/247)


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Beatriz Braga_PE247 - O crack destruiu milhares de famílias, mudou a geografia urbana do grande polo econômico do Brasil, a cidade de São Paulo (com o surgimento da Cracolândia), e se espalhou por todo o Brasil. A estimativa é que cerca de dois milhões de brasileiros consumam a droga, que é considerada a mais avassaladora de todos os tempos. Apesar da sua rápida disseminação por todo o território nacional, os detalhes da presença da substância no país ainda são desconhecidas. Para reverter este quadro e otimizar ações de combate e prevenção ao uso do entorpecente, o Governo Federal vem montando um grande levantamento para que possa atuar de forma mais eficaz no combate ao problema. Apesar disto, esta pesquisa, que deveria estar concluída no ano passado, somente deverá ser finalizada neste exercício após a realização de 25 mil entrevistas.

Apesar de o crack ter sido considerado uma epidemia em 2010, a histeria nacional parece não abarcar as políticas públicas de enfrentamento à droga. Problemas com o crack foram detectados em 98% das cidades brasileiras, no entanto, menos de 9% dos municípios possuem programas de prevenção e combate ao uso de substâncias ilícitas e assistência ao dependente químico. Os números foram divulgados pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), que mostrou a falta de qualquer tipo de auxílio dos governos federal e estadual para desenvolver ações no setor em mais de 91% das cidades do país.

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O crack, versão fumada e que é derivada da pasta base de cocaína, provoca uma sensação semelhante ao orgasmo, um misto de euforia e poder, que dura de cinco a dez minutos no corpo de seu consumidor. A cura do vício, porém, ainda não ganhou uma técnica específica e um terço dos usuários brasileiros (cerca de 600 mil) morrem antes de terminar o tratamento. Outro terço continua como usuário e o restante consegue parar de usar a droga. Os dados são resultados de um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), patrocinado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e constam das cartilhas distribuídas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em todo o país.

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Homem, jovem e abandonado pela família. Apesar de estarem presentes em todas as camadas populacionais, essas são as características mais presentes nos dependentes atendidos nas clínicas e centros de todo o mundo. O consumidor da droga revela um bueiro social que envolve rompimento dos vínculos familiares, desemprego e perda de noções básicas de higiene.

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No entanto, há uma diferença importante observada entre os usuários de crack no Brasil e no resto do mundo, segundo artigo divulgado pela CNM. Fora do país, a principal causa de morte dessa parcela da população são as doenças cardiovasculares, cardiopatias e overdose. Já entre os usuários de crack brasileiros, em 85% dos casos, a principal causa de óbito é a violência.

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Foto: Andréa Rêgo Barros/247

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