Ex-ministro de Bolsonaro diz que foi orientado a não devolver relógio de luxo porque seria "deselegante"
Ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto recebeu item de luxo do governo do Qatar em 2019
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247 - O ex-ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro (PL), Gilson Machado Neto, postou um vídeo afirmando ter sido orientado pelo Conselho de Ética da Presidência da República a não devolver um relógio de luxo que recebeu do governo do Qatar em 2019 porque seria um “ato de deselegância”.
“Desde o momento que recebi o relógio, vindo da equipe da presidência após a viagem ao Qatar, quando ainda estava presidente da Embratur, que avisei ao presidente Bolsonaro e pedi orientação. O mesmo orientou escutar o que falava o Conselho de Ética da Presidência e devolver se assim fosse o caso. O conselho decidiu pela não devolução. Além de ser uma deselegância com quem ofereceu, já imaginou o custo para o contribuinte que seria manter com segurança todos os presentes recebidos por todos os integrantes de todos os governos que já passaram do primeiro ao quinto escalão? Não fui notificado pelo TCU reformando a decisão do Conselho de Ética da Presidência.Estou à disposição para o que determinar a legislação”, escreveu Machado na postagem publicada neste sábado (10) em sua conta no Instagram.
Além dele, Ernesto Araújo, ex-ministro de Relações Exteriores, o deputado Osmar Terra (MDB) e aliados de Bolsonaro, como o ex-presidente da Apex, Sergio Ricardo Segovia, e Caio Megale, economista da XP Investimentos e ex-chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do governo Bolsonaro, também receberam relógios de luxo dados pelo governo do Qatar.
Na quarta-feira (1), o Tribunal de Contas da União (TCU) notificou a Secretaria-Geral e a Comissão de Ética da Presidência da República e pediu que os membros do ex-governo devolvam os relógios de luxo. Na segunda-feira (6), Gilson Machado disse iria devolver o objeto.
A postagem do ex-ministro foi feita na esteira do escândalo das joias sauditas, avaliadas em R$ 16,5 milhões, dadas pela monarquia saudita ao casal Jair e Michelle Bolsonaro. As joias foram retidas pela Receita Federal após membros da antiga gestão do governo federal tentarem introduzi-las ilegalmente no território brasileiro.
O caso está sob investigação da Polícia Federal e, na quinta-feira (9), o senador Omar Aziz (PSD-AM), eleito presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado, anunciou que abrirá uma investigação para apurar a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para o Mubadala Capital, um fundo dos Emirados Árabes Unidos.
As suspeitas são de que os “presentes” da dinastia arábe ao casal Jair e MIchelle Bolsonaro tenham sido uma espécie de contrapartida por alguma vantagem fora dos padrões de mercado em negócios celebrados entre o governo brasileiro e a Arábia Saudita. Se as suspeitas forem confirmadas, os negócios, incluindo a venda da RLAM, poderão ser anulados.
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