Esquema de corrupção em ferrovias enfurece Dilma

Afastados quatro funcionrios do primeiro escalo do Ministrio dos Transportes; superfaturamento em obras e "pedgio poltico" de 4% em oramento de R$ 16 bilhes



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247 - Um nacionalista e ético se foi, na figura do ex-presidente Itamar Franco, e milhares de corruptos ou suspeitos de roubarem o Estado ficaram na política brasileira. Entre esses suspeitos, alguns reincidentes, como o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), que renunciou ao mandato de parlamentar, em 2005, para não ser cassado por envolvimento no mensalão. Agora, ele surge como pivô de um novo escândalo. Em linha direta com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, Costa Neto está entre os acusados por reportagem publicada na edição deste sábado da revista Veja. Uma acusação forte: a de que, a partir das muitas obras ferroviárias em curso no âmbito do Ministério, políticos do PR (Partido da República), coordenados por Costa Neto, cobrariam 4% do valor total como “pedágio político”. Em troca do pagamento do "pedágio",promoveriam elevação no preço das obras, relaxariam a fiscalização sobre seu andamento e, ainda, seriam facilitadores de aditamentos. 

Antes da publicação da denúncia na Veja, a presidente Dilma Rousseff já havia chamado Nascimento ao seu gabinete para aplicar-lhe uma dura reprimenda. O ministro, porém, não apareceu, alegando compromissos pessoais intransferíveis. Também não encarou a presidente o segundo homem do Ministério, José Francisco das Neves, conhecido como Juquinha e chefe da Valec (Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.). Mesmo com um cronograma de obras furado por atrasos – e com gastos que cresceram 38% no último ano e meio, saltando de R$ 11,9 bi em março de 2010 para R$ 16,4 em julho -, Nascimento havia pedido um acréscimo orçamentário de R$ 10 bilhões para tocar as obras.

“Esse Ministério está descontrolado”, iniciou, furiosa, segundo a Veja, a presidente na direção dos homens que tiveram a ombridade de, minimamente, se comportarem como tais, isto é, indo ao encontro dela. O primeiro escalão como tortuoso Ministério dos Transportes ouviu palavras definitivas. “Vocês são inadministráveis e estão inviabilizando o meu governo”, disse a presidente, dedo em riste, na audiência do Planalto. Estava ladeada pelas ministras do Planejamento e da Casa Civil: “Vocês precisam de babá. E terão a partir de agora: a Miriam (Belchior) a Gleisi (Hoffmann) e eu”.

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Para alguma coisa a dura valeu.

O noticiário a seguir é da Agência Brasil:

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Brasília - O Ministério dos Transportes comunicou hoje, 2, o desligamento temporário de quatro servidores citados em reportagem da revista Veja desta semana. Segundo a publicação, há um esquema no ministério de pagamento de propina para integrantes do PR - partido do ministro Alfredo Nascimento -, em troca de contratos de obras.

De acordo com a nota oficial, na próxima segunda-feira (4) será formalizado o afastamento do chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa da Silva, do assessor do gabinete, Luís Tito Bonvini, do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luís Antônio Pagot, e do diretor-presidente da empresa pública de ferrovias Valec, José Francisco das Neves.

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O comunicado do ministério diz que Alfredo Nascimento “rechaça, com veemência, qualquer ilação ou relato de que tenha autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de qualquer ato político-partidário envolvendo ações e projetos do Ministério dos Transportes”.

O ministro decidiu instaurar uma sindicância interna para apurar o suposto envolvimento de dirigentes nos fatos mencionados pela revista. Também foi pedida a participação da Controladoria-Geral da União (CGU).

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247 - As primeiras providências diante do escândalo, o maior já registrado no governo Dilma, são perfeitas - mas incompletas. O ministro Alfredo Nascimento, que não dá mostras de que irá renunciar, tem de ser afastado também, em razão da suspeita de seu envolvimento direto no esquema. E o reincidente deputado Valdemar Costa Neto, é claro, precisa ter sua atuação investigada em profundidade.

 

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