Emoção na volta às aulas
Alunos da escola Tasso da Silveira retomam atividades e tentam superar o trauma
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Com atividades lúdicas e conversas descontraídas, foram recebidos hoje (18), estudantes da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, bairro da zona oeste da cidade. Para o reinício das atividades na escola, só foram convocados 140 dos mil alunos do ensino fundamental.
A escola reabriu para as turmas do 9º ano, depois de uma semana fechada, tendo passado por pequenas obras e modificações. As mudanças têm o objetivo de ajudar os alunos a superar o dia do ataque (7), quando Wellington Menezes de Oliveira entrou na escola e atirou indiscriminadamente contra os adolescentes.
Os alunos foram liberados por volta das15h30, depois de duas horas de atividades. Muito animados, contaram que fizeram desenhos simbolizando a paz no muro do pátio da escola. Antes disso, receberam uma psicóloga que se colocou à disposição para atendê-los individualmente.
"A gente sentou em uma roda e ela falou com a gente. Pediu para gente esquecer, seguir em frente. E foi só. Depois, a gente foi pintar o muro e foi muito legal", contou o jovem Lucas Alexandre Martins, de 14 anos, de uma das quatro turmas que voltaram às aulas.
Brenda de Jesus, de 14 anos, disse que estava muito contente de voltar à escola embora tenha perdido colegas no ataque, fala que está ansiosa para voltar a estudar. "Hoje, foi muito legal. Deu para descontrair. A gente riu, ninguém falou do que aconteceu", contou.
Alunos também contaram que não pensam mais em pedir transferência, que pretendem recuperar a escola e enfrentar o estigma. "Se a gente sair daqui, a escola vai ficar abandonada, vazia. Não é isso que queremos. Sabemos que a escola faz muito bem para gente", disse Lídia Maciel, de 13 anos.
Ex-alunas que se formaram em 2010 também foram dar apoio aos colegas. "Acho que eles têm que continuar porque o aconteceu foi uma fatalidade. A escola é boa, o ensino é bom, gente, o que aconteceu, poderia ter acontecido em qualquer lugar", disse Karina Santos, de 16 anos.
Nas ruas próximas à Escola Tasso da Silveira, os comerciantes também comemoraram a volta por cima dos estudantes. Dona de uma pequena lanchonete, Cleusa Barbosa, de 60 anos, disse que sentia falta dos alunos e da "bagunça alegre" que eles faziam na loja.
"Não vejo a hora de eles entrarem por aqui tudo correndo, fazendo aquela bagunça e revirando tudo. Prefiro que tudo volte logo ao normal e a gente supere isso", afirmou.
Amanhã (19), está prevista a volta à escola do demais estudantes. O colégio se prepara com reforço na equipe de segurança e de saúde. Um psicólogo e um médico estarão de plantão na unidade para qualquer emergência nos próximos dias, segundo a Secretaria Municipal de Educação
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