Em vídeo, Youssef desmente acusação contra Palocci
No entanto, procuradores da Lava Jato não demonstraram entusiasmo em realizar acareação entre o doleiro e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que fez a denúncia contra o ex-ministro; "Esse é o tipo de coisa que quanto mais mexeu pior fica. Se volta, muda a questão toda", diz um; "É igual bosta seca: mexeu, fede", afirma outro; Alberto Youssef se colocou "à disposição" dos investigadores
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247 – Em um vídeo divulgado pela jornalista Sonia Racy, o doleiro Alberto Youssef se coloca "à disposição" dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato para fazer uma acareação com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa a fim de esclarecer as "discrepâncias" entre os depoimentos dos dois, que fizeram acordos de delação premiada.
Uma das contradições diz respeito a Antonio Palocci, ex-tesoureiro de campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. Em sua delação Costa afirmou que Palocci pediu a Youssef verba desviada da Petrobras para financiar a campanha da petista. O episódio, no entanto, é negado pelo doleiro, que afirma sequer conhecer o ex-ministro.
No vídeo que, segundo Sonia Racy, "circula pelas empreiteiras", Youssef pergunta: "Não quer ver aquelas discrepâncias com aqueles depoimentos do Paulo Roberto?". Ao ouvir de um procurador o que Costa havia dito, que recebeu o pedido de Palocci e "passou para o senhor, para o senhor fazer", o doleiro rebate:
"Eu acho que o Paulo se equivocou e se os doutores acharam necessário da gente ter uma conversa juntos, eu, ele e os doutores... Eu estou à disposição". A reação dos procuradores, porém, não é de entusiasmo com a ideia. Pelo contrário, afirmam, de certa forma, que, 'quanto mais mexer, pior fica'.
Confira abaixo no vídeo e no diálogo publicado por Sonia Racy:
Alberto Youssef: "Não quer ver aquelas discrepâncias com aqueles depoimentos do Paulo Roberto?"
Procurador Bruno Calabrich: "A gente já foi perguntando mais ou menos né... Tem algumas discrepâncias assim que foram... Por exemplo, o que dá uma diferença bastante grande é do Palocci, do Lobão. Ele fala que o senhor que foi responsável... Ele fala assim: "Recebi essa notícia... e passei...". E passou para o senhor, para o senhor fazer. Aí essas coisas a gente perguntou, reperguntou. Aí chega um ponto que também não dá para a gente também. Se não a gente vai ate pressionando o senhor..."
Youssef: "Na verdade eu quero deixar claro que eu estou aqui para colaborar, não estou aqui para omitir ou encobrir ninguém."
Calabrich: "Nem pra agradar."
Youssef: "Nem para agradar vocês. O que aconteceu, aconteceu. Agora o que não aconteceu... Eu acho que o Paulo se equivocou e se os doutores acharam necessário da gente ter uma conversa juntos, eu, ele e os doutores... Eu estou à disposição."
Procurador não identificado: "Esse é o tipo de coisa que quanto mais mexeu pior fica. Se volta, muda a questão toda."
Procurador Andrey Borges: "Com respeito à doutora Erica, é igual bosta seca: mexeu, fede."
Procurador não identificado: "Do jeito que está, já está ruim. Porque você tem dois colaboradores, um dizendo uma coisa e outro dizendo outra."
Youssef: "Para mim eu estou aqui dizendo a verdade."
Borges: "Imagina agora que são 13." (risos)
Calabrich: "Eu comecei a pensar: vai ter instrução entre os colaboradores! Acareação vai voltar a ter importância."
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