Em recado a Lira, Padilha diz que Ministério da Saúde não entra em negociação com partidos

"O presidente Lula desde o início tomou a decisão de colocar na Saúde um quadro da saúde pública, sem filiação partidária. Não está em discussão", disse o ministro

Alexandre Padilha
Alexandre Padilha (Foto: Valter Campanato/Ag. Brasil)


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Reuters - O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, aproveitou a situação da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que tem sua saída do cargo dada como certa, para mandar um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL): o governo não tem intenção de mexer no Ministério da Saúde.

"Um debate diferente é o caso da Saúde", disse Padilha, referindo-se à situação de Daniela, em que o União Brasil, que a indicou, pediu o cargo. "A ministra Nísia não é indicada de nenhum partido. O presidente Lula desde o início tomou a decisão de colocar na Saúde um quadro da saúde pública, sem filiação partidária. Não está em discussão, em relação à Saúde, a composição partidária", afirmou Padilha.

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O presidente da Câmara tem feito chegar ao Planalto sua intenção de levar para o PP o Ministério da Saúde. De acordo com fontes tanto do Planalto quanto ligadas ao parlamentar, Lira não falou diretamente com o presidente sobre o desejo de ter um nome ligado ao PP no ministério, mas fez chegar diversos recados.

Até mesmo nomes já foram apontados: o da cardiologista Ludhmila Hajjar -- que chegou a ser indicada por Lira ao cargo durante o governo de Jair Bolsonaro, mas recusou o posto e terminou sendo uma relevante crítica ao ex-presidente -- e o do deputado federal licenciado Doutor Luizinho (PP-RJ), atual secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro.

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Oficialmente, Lira diz não ter pedido qualquer cargo ao presidente e nunca ter feito indicações para o ministério. Seus aliados, no entanto, admitem que o deputado está de olho sim na Saúde. "O PP já ocupou o Ministério da Saúde, não é um pedido fora do normal", disse uma fonte próxima a Lira.

Lula, no entanto, não tem intenções de fazer mudanças no Ministério da Saúde. Tradicionalmente, em governos petistas, a pasta foi ocupada ou por nomes do partido, ou por técnicos. Depois de dois anos de pandemia e uma gestão desastrosa da área no governo de Jair Bolsonaro, Lula quer manter uma técnica na área sem conexão com partidos, disse uma fonte palaciana.

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Em conversas com auxiliares próximos, Lula tem dito que há espaço para negociar com o PP e que a relação com Lira melhorou nos últimos dias, depois de um momento tenso em que o presidente da Câmara fez duras críticas à articulação do governo. A avaliação no Planalto é que será possível atrair parte dos votos do PP com cargos de segundo escalão, mas que importam para os parlamentares do partido.

Contudo, o grupo de Lira vai insistir em ocupar a Saúde ou uma espécie de combo de dois ou três ministérios menores que poderiam envolver, por exemplo, pastas como Portos, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Ciência e Tecnologia, disse a fonte ligada ao presidente da Câmara.

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A avaliação, conforme essa fonte, é que o presidente da Câmara não aceita "ser governo" -- isto é, colocando o peso político que tem e o cargo que ocupa -- por menos que um ministério do tamanho dos Transportes, que é ocupado por Renan Filho (MDB), ex-governador de Alagoas e senador licenciado que é filho do ex-presidente do Senado e senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Renan pai, apoiador de Lula, é o principal adversário de Lira no Estado.

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