Eliana Calmon: "Calcei as botas de soldado alemão"

Em sessão de despedida da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra baiana afirmou a sensação de "missão cumprida" e voltou a falar do que encontrou de errado no Judiciário, além de demonstrar orgulho por sua postura corajosa em muitos momentos

Eliana Calmon: "Calcei as botas de soldado alemão"
Eliana Calmon: "Calcei as botas de soldado alemão" (Foto: Divulgação)


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Bahia 247 - Em sua última sessão como corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), a ministra Eliana Calmon disse que os dois anos no cargo foram "extremamente incômodos" e que o principal desafio foi fazer inspeção no Tribunal de Justiça de São Paulo, o maior do país.

Emocionada e com a voz embargada, ela disse que sabia que o cargo seria incômodo. "Não tenho limites, uso de toda a minha autoridade, com humildade, mas com todo empenho. Foi o cargo mais maravilhoso que exerci nesses 34 anos de magistratura. Eu tive a oportunidade de conhecer as entranhas do poder Judiciário".

Eliana Calmon apontou a inspeção no Tribunal de Justiça de São Paulo com o principal caso de seu mandato. A ministra disse que tentou, sem sucesso, colocar desembargadores do tribunal em sua equipe para tentar se aproximar do TJ.

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"Calcei as botas de soldado alemão, fiz uma inspeção e todos viram o que aconteceu. As coisas começaram a mudar em São Paulo. Parece que as coisas destravaram. Todos estão de mangas arregaçadas, porque precisa de muita ajuda e está em reconstrução. Eu não fiz aquilo. Mas eu fui uma pedra na reconstrução daquele edifício. Saio com consciência de dever cumprido" disse.

Nos dois anos no CNJ, Calmon comprou briga com magistrados ao investigar a evolução patrimonial. Ela chegou a falar sobre "bandidos de toga". "Fui indiscreta quando corregedora, precisei usar a mídia e fazer a população saber o que se passava no Judiciário", disse. Calmon recebeu uma placa em homenagem do CNJ, entregue pelo presidente do conselho e do STF, ministro Carlos Ayres Britto, que disse que a ministra tem o "dom da indignação".

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O presidente do CNJ disse ainda que o mandato de dois anos de Calmon foi marcado pelo "combate ao patrimonialismo daqueles que não fazem distinção entre o público e o privado".

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