Duda Mendonça ao 247: "Dividir o Pará é urgente"

Um dos publicitrios mais renomados do Brasil, Duda Mendona mergulhou de cabea na campanha pela diviso do Par em trs estados, com a criao de Carajs e Tapajs; Estou nessa briga de graa, por puro idealismo

Duda Mendonça ao 247: "Dividir o Pará é urgente"
Duda Mendonça ao 247: "Dividir o Pará é urgente" (Foto: NILTON FUKUDA/AGÊNCIA ESTADO)


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Leonardo Attuch_247 – No mundo da publicidade, poucas pessoas têm um currículo comparável ao do baiano Duda Mendonça. A agência DM9, que fez história na propaganda brasileira, era de Duda mais nove – um deles, Nizan Guanaes, que hoje é o dono da marca. Duda se tornou ainda mais conhecido por conta de suas campanhas políticas, à esquerda e à direita. Ele ajudou a fazer de Paulo Maluf prefeito de São Paulo e a eleger Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil. O momento mais dramático de sua vida aconteceu em 2005, no auge do Mensalão, quando ele admitiu ter recebido boa parte dos recursos das campanhas do PT fora do Brasil – o que poderia ter causado o impeachment de Lula. Depois disso, Duda continuou realizando campanhas públicas e privadas, mas submergiu. E só voltou à cena agora para liderar a campanha pela divisão do Pará em três estados, com a criação de Carajás, cuja capital seria Marabá, e de Tapajós, onde a sede do governo seria Santarém. “Entrei nessa por puro idealismo”, disse ele ao 247. “Estou fazendo a campanha de graça”. O plebiscito, marcado para o dia 11 de dezembro, tem exacerbado as emoções dos paraenses.

Personagem polêmico, Duda passou a ser atacado em vários frentes. A Folha de S. Paulo o apontou como patrocinador de vaquejadas no Pará. “A imprensa brasileira é hoje uma vergonha”, diz ele. “As pessoas te ligam perguntando uma coisa e publicam outra”. Na Veja, o colunista Roberto Pompeu de Toledo o criticou, lembrando que Duda, duas décadas atrás fez uma campanha contra a divisão da Bahia, dizendo que o “Jorge não poderia se separar do Amado”, o “João do Gilberto”, e assim por diante. “Foi uma matéria sem vergonha, feita para ser usada aqui na campanha política”.

Duda conhece a realidade do Sul da Pará. Tem uma fazenda em Xinguara, onde engorda cerca de 10 mil bois. “Quem é contra nunca visitou esse pedaço do Brasil”, diz ele. “O Pará tem mais de 1 milhão de pessoas que vivem com dois reais por dia; tem gente que para ter acesso a um hospital precisa viajar cinco dias de barco; em Carajós e Tapajós a presença do Estado é inexistente; a tal ponto que os políticos de Belém nem vêm mais aqui pedir votos”.

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Estado rico, com povo pobre

Do ponto de vista de atributos naturais, o Pará é um dos estados mais ricos do Brasil. Carajás tem a maior província mineral do mundo e condições ideais para a pecuária. “Mas a Vale deixa menos impostos em Carajás do que uma rede de supermercados”, diz Duda. Só com a Lei Kandir, que retirou receita dos estados exportadores, o Pará perdeu R$ 21 bilhões, segundo o publicitário. “E o governador, o Simão Jatene, era amigo do Antônio Kandir e do Fernando Henrique”, diz Duda.

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Tapajós, por sua vez, possui terras em quantidade suficiente para a produção de grãos, num modelo de desenvolvimento sustentável. Mas as duas regiões, onde a presença do Estado é frágil, são marcadas por chacinas e conflitos agrários permanentes.

Somos, sim, a favor

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Aqui, no 247, não escondemos nossa posição. Somos amplamente favoráveis à criação dos estados de Carajás e Tapajós – e também de outros, como a Bahia do Oeste. O projeto deste portal prevê a criação de uma rede nacional de jornais online. Além do Brasil 247, já temos Brasília 247, Bahia 247, Rio 247 e Pernambuco 247. Em 2012, teremos o Pará 247, mas também os jornais Carajás 247 e Tapajós 247, mesmo que a divisão não seja aprovada no plebiscito do dia 11. O Pará é grande demais para ser um só. E o Brasil deveria ter a grandeza de olhar para o Pará com generosidade – e não com a mesquinhez de quem enxerga apenas mais senadores, deputados e estruturas administrativas.

Leia, aqui, o artigo Carajás e Tapajós, que publicamos a respeito da divisão do Pará.

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