Dono da 'ilha do tesouro' diz que PF o humilhou
E tambm a integrantes de sua famlia; eles foram algemados e obrigados a ficar nus para mostrar se tinham algo escondido, disse em entrevista na Bahia; se me investigam h dez anos por sonegao, porque a Receita nunca me disse nada?
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BAHIA_ 247 - Principal alvo da Operação Alquimia, Paulo Sérgio Costa Pinto Cavalcanti, 52 anos, dono da empresa Sasil, resolveu falar à imprensa baiana pela primeira vez depois que foi solto. Nos depoimentos, ele considerou a acusação "uma total surpresa" e criticou o fato de a Receita Federal não tê-lo intimado antes, já que estava sendo investigado há dez anos. "Eu não estou sendo acusado de nada, nem fui denunciado", disse. "Como é que isso acontece comigo viajando? Deixam eu sair e depois eu passo a ser sonegador fiscal de um bilhão num esquema com 300 empresas como saiu nos jornais?", questionou. Ele ainda disse acreditar ter ferido possíveis interesses de concorrentes na área química.
Além disso, ele denunciou abusos sofridos por sua família por parte dos agentes e o sensacionalismo da ação. "Minha família inteira foi presa. Só sobraram um sobrinho de 15 anos e minha mãe, de 81", relatou. "(Meus familiares) foram algemados e obrigados a ficar nus e fazer força para que fosse verificado se tinham alguma coisa na vagina e no ânus".
Cavalcanti deixou o país no dia 11 de agosto e viajou à Europa com a mulher de férias. Quando desembarcou, no dia 23 de agosto último, foi direto para a Polícia Federal e, em seguida, para o presídio de Mata Escura, onde ficou cinco dias numa sela "com outras seis pessoas, dormindo no chão". Ele é acusado de chefiar uma quadrilha internacional num esquema de sonegação bilionário, que envolveria 300 empresas e vários laranjas.
Ilha do tesouro
Outro ponto criticado pelo empresário foi o fato de estar sendo "acusado de ter uma ilha". "Ilha do tesouro! Acharam ouro na ilha do tesouro! Uma mentira terrível! Um absurdo! E assim transformam a gente em marginal", ironizou, revelando que o ouro encontrado na ilha eram barrinhas de 50 gramas.
"O ouro é de minha mãe. Minha mãe começou a comprar há 20 anos e mantinha as barrinhas na residência dela desde que Collor confiscou a poupança", contou. "Pegam a nossa ilha e mostram como se fosse fruto de uma sonegação de um bilhão de reais", protestou, lembrando que a ilha foi comprada em 1987 por 300 mil cruzados. Ele apresentou a nota de compra da ilha e o carnê da Ourobraz.
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