Dilma reforça crítica à redução da maioridade penal

No dia em que a Comissão especial da Câmara debate a PEC que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal no Brasil, a presidente insiste em sua posição contra a medida, durante evento no Palácio do Planalto, em uma espécie de apelo para que a proposta não seja aprovada pelos deputados; "Em tempos em que o debate sobre nossa juventude está colocado, em tempos onde se propõe a redução da maioridade penal, em vez de a gente aprofundar a exclusão com algumas ações que se mostraram nas sociedades desenvolvidas pouco eficientes, com a pura e simples redução, nós preferimos trabalhar alterando de fato a legislação", disse Dilma Rousseff, citando medidas alternativas

Brasília - DF, 17/06/2015. Presidenta Dilma Rousseff durante celebração da marca de 5 milhões de Microempreendedores Individuais - MEI. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.
Brasília - DF, 17/06/2015. Presidenta Dilma Rousseff durante celebração da marca de 5 milhões de Microempreendedores Individuais - MEI. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR. (Foto: Gisele Federicce)


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247 - A presidente Dilma Rousseff reforçou seu discurso contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal nesta quarta-feira 17, dia em que a Comissão especial da Câmara deverá votar a matéria. No plenário, a PEC deverá ser votada no próximo dia 30, sem participação da população. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fechou um acordo com o PSDB, do senador Aécio Neves (MG), e deverá conseguir a aprovação do texto.

"Em tempos em que o debate sobre nossa juventude está colocado, em tempos onde se propõe a redução da maioridade penal, em vez de a gente aprofundar a exclusão com algumas ações que se mostraram nas sociedades desenvolvidas pouco eficientes, com a pura e simples redução, nós preferimos trabalhar alterando de fato a legislação, atribuindo penalidades para o adulto que envolver crianças em atos da sua quadrilha, ou mesmo alterando o ECA apenas e tipificando o que aconteceria com situações em que se pratica os chamados crimes hediondos", discursou Dilma hoje no Palácio do Planalto.

A presidente participou de evento de celebração da marca de 5 milhões de Microempreendedores Individuais (MEIs), com a participação de ministros e do presidente do Sebrae, Luiz Barreto. Ontem, ela destacou em sua página no Facebook uma imagem de capa contra a redução da maioridade penal, marcando sua posição contrária ao projeto em tramitação no Congresso. Ela afirmou que a redução da maioridade não é solução e destacou a opinião de Daniel Wilkinson, diretor para as Américas da ONG Human Rights Watch, de que, se aprovada, a medida será um enorme erro para o Brasil (leia aqui).

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Confira abaixo reportagem da Agência Brasil:

Dilma defende mudar ECA para aumentar punição em caso de crime hediondo

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Luana Lourenço - A presidenta Dilma Rousseff admitiu hoje (17) que o governo poderá propor uma mudança no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para aumentar a punição para adolescentes envolvidos em crimes hediondos. O tempo máximo de internação previsto no ECA é de três anos, sem diferenciar o tipo de infração cometida pelo adolescente.

Junto com o aumento da pena para adultos que aliciam jovens para crime, essa pode ser a estratégia do governo para criar uma alternativa à proposta do Congresso Nacional de reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos.

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"Em tempos em que se propõe a redução da maioridade penal, ao invés de a gente aprofundar a exclusão, com a pura e simples redução, preferimos trabalhar alterando de fato a legislação, atribuindo penalidades para o adulto que envolver crianças em atos da sua quadrilha ou mesmo alterando o Estatuto da Criança e do Adolescente, apenas tipificando o que aconteceria quando se praticam os chamados crimes hediondos", disse a presidenta durante cerimônia para comemorar a marca de 5 milhões de Microempreendedores Individuais (MEI), alcançada em junho.

Dilma defendeu o acesso dos adolescentes ao mercado de trabalho como forma de afastá-los da violência e disse que quer implantar até o próximo mês o Pronatec Aprendiz, que vai permitir a contratação de aprendizes por micro e pequenas empresas, custeada pelo governo.

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"Acredito que esse programa oferece caminho da prevenção, ele cria um passaporte para os jovens, não rumo ao mundo carcerário, mas em direção ao mundo da dedicação, do trabalho e das oportunidades", comparou.

Antes, em discurso na mesma cerimônia, o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, também havia defendido a ampliação do acesso de jovens ao mercado de trabalho como alternativa às tentativas de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.

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"Queremos que o adolescente, a partir dos 14 anos, tenha os estímulos para o trabalho, queremos, como disse o ministro Afif, que ele saia do mundo da violência e entre no mundo do trabalho, ou melhor, que não chegue ao mundo da violência, que ele tenha essa oportunidade", acrescentou Dilma.

Está marcada para hoje (17) a discussão e votação do parecer sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93 que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. A proposta tramita em uma comissão especial que analisa o tema e deverá ser levada ao plenário da Câmara no dia 30 .

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A proposta de aumentar o tempo de internação em caso de crimes hediondos também é articulada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e pelo senador José Serra (PSDB). Alckmin defende a ampliação do tempo de internação de três para oito anos, e Serra, de três para dez anos.

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