Dilma faz primeiro movimento de resistência
Na reunião do Conselho Político que chamou para a noite desta segunda (6), no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff buscará o engajamento dos aliados em sua defesa no processo que representa a ameaça mais imediata de golpe, o julgamento das contas do governo de 2014; ela abrirá aos líderes e presidentes dos partidos aliados a defesa que apresentará até o dia 17 de julho ao TCU e garantirá que as práticas fiscais condenadas não estão sendo adotadas no atual governo; participam do encontro com os partidos, além dela e do vice Michel Temer, o advogado geral da União, Luís Inácio Adams, e os ministros Nelson Barbosa e Aloizio Mercadante; movimento de Dilma já desperta maior envolvimento de aliados; antes da reunião, líderes do PSD, PP e PR rechaçaram golpe e defenderam governo
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Na reunião do Conselho Político que chamou para esta noite no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff buscará o engajamento dos aliados em sua defesa no processo que representa a ameaça mais imediata de impeachment, o julgamento das contas do governo de 2014. Ela apresentará aos líderes e presidentes dos partidos aliados a defesa que apresentará até o dia 17 de julho ao TCU e garantirá que as práticas fiscais condenadas não estão sendo adotadas no atual governo. Participam do encontro com os partidos, além dela e do vice Michel Temer, o Advogado Geral da União, Luís Inácio Adams e os ministros Nelson Barbosa (responsável pela execução orçamentária) e Aloizio Mercadante, do Gabinete Civil.
Fontes palacianas informam que a urgência imediatada é em relação ao processo originário do TCU, pois a ofensiva que mira a impugnação da chapa Dilma-Temer pelo TSE, a partir da rejeição das contas de campanha, tem ainda um longo percurso pela frente. O governo não tem muita esperança de evitar que o TCU recomende a rejeição das contas de governo, depois dos sinais de que está em curso naquela corte um julgamento político e não técnico. Mas o parecer do TCU não é um julgamento. Como o nome indica, é uma recomendação que o Congresso poderá acolher ou não. Por isso Dilma pedirá apoio aos aliados para rejeitar o parecer e aprovar as contas, ainda que com ressalvas, como tantas vezes já foi feito em relação a outros governos por infrações na execução orçamentária. Acredita o Planalto que os presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, darão celeridade ao julgamento das contas, embora existam tantas outras, inclusive uma do último ano da era FHC, esperando apreciação congressual. Caberá ao governo restaurar sua maioria para evitar a rejeição, o que levaria de fato à abertura de um processo contra a presidente por crime de responsabilidade.
Antes de entrarem na reunião os líderes de três partidos aliados fizeram declarações bastante indicadoras de que estão dispostos a resistir à ofensiva da oposição para remover Dilma do cargo, seja através do julgamento das contas, seja através da rejeição de suas contas de campanha pelo TSE. Guilherme Campos, líder do PSD liderado pelo ministro Gilberto Kassab, declarou: “Somos legalistas. Quem ganhou tem um mandato a cumprir”. O líder do PR na Câmara, Maurício Quintella Lessa (AL), foi na mesma linha. “Somos contra o impeachment, que hoje carece de fato concreto. Eleição se dá a cada quatro anos”. Já o líder do PP, Eduardo da Fonte, afirmou: “Temos que ter mais responsabilidade para com o país. . Não podemos ficar apostando no quanto pior melhor.”
Dilma fará hoje este primeiro movimento de resistência, antes de embarcar, amanhã, para a viagem à Rússia. Na sua ausência, Temer dará seguimento à estratégia de defesa contra a ofensiva que no final de semana saiu dos bastidores para a pregação pública do PSDB.
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