Dilma diz que "mercado vai acalmar" e propõe diálogo
Em sua primeira entrevista após a vitória, a presidente reeleita Dilma Rousseff afirmou, nesta segunda (27), ao Jornal da Record, que é preciso ampliar o diálogo com o mercado; ela disse também que é necessário ouvir os setores produtivos e discutir com calma para proceder as mudanças; "Mudanças serão feitas. Mas não precisamos copiar o que foi feito em 2002 e 2003. A situação é diferente", disse; ela frisou, ainda, que "o mercado irá se acalmar"
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247 - Um dia depois da disputa pelo segundo turno, em sua primeira entrevista após a vitória, a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) afirmou, nesta segunda-feira (27), ao Jornal da Record, que é preciso ampliar o diálogo com o mercado. Disse também que é preciso ouvir os setores produtivos e discutir com calma para proceder as mudanças. "Mudanças serão feitas. Mas não precisamos copiar o que foi feito em 2002 e 2003. A situação é diferente", disse.
Sobre a queda da Bolsa de Valores hoje, ela frisou que "as bolsas americanas e europeias caíram e o mundo está enfrentando muitas dificuldades" e reconheceu que no Brasil, "as bolsas caíram mais", mas frisou que "o mercado vai acalmar". Ela ressaltou ainda que novas medidas econômicas "serão justamente fruto de um diálogo". "Não se trata de fazer uma lista de medidas como se eu chegasse aqui e fizesse uma proposta. O caminho correto é do diálogo", afirmou.
Instada a comparar a situação da reação do mercado agora e quando o presidente Lula se elegeu em 2002, a presidente apontou diferenças. "A situação hoje é completamente diferente da de 2002. Tínhamos 11 milhões de desempregados, o salário vinha em trajetória de queda. Hoje temos elevado emprego e os salários passam por ganhos reais. Temos que tomar sim algumas medidas, mas não são daquele tipo. A situação conjuntural é totalmente outra. Temos 376 bilhões de dólares de reserva. Naquela época nossa situação de fragilidade era muito grande. Tínhamos 37 bilhões de dólares de reserva. Qualquer flutuação do dólar não tínhamos como honrar nossos compromissos. Hoje temos 77 bilhões de dólares acima do necessário", rebateu.
Questionada sobre as dificuldades de 2015, Dilma se recusou a falar em crise. "Não vou falar para o brasileiro parar de consumir. Minha mensagem é de calma e tranquilidade. O Brasil estará melhor do que hoje. Eu garanto", disse. Ela também não quis adiantar que mudanças fará na sua equipe ministerial.
Acompanhe os principais trechos:
Uma palavra para novo mandato
"Diálogo"
Nova Dilma
"A reeleição é mais um momento de mudança. O eleitor manda um recado: 'olha, você acertou em algumas coisas, mas precisa melhorar em outros'. O recado para mim é de duas linhas: mudança e reforma. E eu farei as mudanças e as reformas. O Brasil vai ser um país mais inclusivo, mais moderno, mais produtivo e que valoriza a energia empreendedora e que tem atenção especial com os mais pobres, as mulheres, os negros e os jovens, com foco fundamental na educação, na cultura, na ciência e na inovação. Mas para isso ocorrer é preciso que todo o país dê as mãos"
"Terceiro turno"
"Não acredito nisso. Quem tentar terceiro turno estará fazendo um desserviço ao Brasil. Eu venci. Conquistei a maioria", disse.
Corrupção na Petrobras
"Eu vou investigar, me empenhar, doa quem doer, não ficará pedra sobre pedra. Quero todas as questões sobre esse caso e todos os demais sobre corrupção às claras. Tenho uma indignação com o que fizeram nesta última semana. Tenho trajetória política e total dedicação à coisa pública. Nunca teve jamais uma única acusação contra mim. Não vou deixar que passada a eleição se esqueça essas denúncias, para ficar claro quem são os responsáveis. Doa a quem doer"
Recado das urnas
"Acredito que uma eleição é sempre um recado de mudanças. Na eleição, na democracia, as pessoas mesmo com posições diferentes defendem uma melhoria para o país. Agora é a hora de todos nós nos unirmos para garantir um futuro melhor para o Brasil. Quando se fala em união, não fala em uma única ideia, mas abertura de diálogo, para desaguar no consenso para garantir que o país cresça, mantenha o nível baixo de desemprego, combata a inflação e abra diálogo com todo o setor produtivo e financeiro. O clima agora é de construção de pontes".
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