Dilma: Copa do Brasil será da "luta contra o racismo"

Presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta quarta (30), que "ninguém respeita um país que não respeita seu povo, que aceita passivamente que uma parte expressiva da sua população seja excluída"; para ela, a realização da próxima Copa do Mundo no Brasil é uma oportunidade de abordar o preconceito; "A Copa do Mundo que nos espera no próximo junho tem de ser não só a Copa pela paz, mas a Copa da luta contra o racismo. Nada mais atual diante das manifestações que muitos dos nossos atletas têm sofrido neste caso com base no racismo mais grosseiro", afirmou; pelo Twitter, a presidente também falou do assunto

Brasília - DF, 30/04/2014. Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de formatura da turma 2012-2014 do Instituto Rio Branco e de imposição de insígnias da Ordem de Rio Branco. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Brasília - DF, 30/04/2014. Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de formatura da turma 2012-2014 do Instituto Rio Branco e de imposição de insígnias da Ordem de Rio Branco. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR (Foto: Valter Lima)


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247 - A presidente Dilma Rousseff (PT) abordou, nesta quarta-feira (30), o tema racial em discurso na formatura dos diplomatas que recém concluíram o curso do Instituto Rio Branco. O nome escolhido para a turma foi a do líder sul-africano Nelson Mandela.

"Ninguém respeita um país que não respeita seu povo, que aceita passivamente que uma parte expressiva da sua população [seja] excluída", disse Dilma. Para ela, a realização da próxima Copa do Mundo no Brasil é uma oportunidade de abordar a questão.

"A Copa do Mundo que nos espera no próximo junho tem de ser não só a Copa pela paz, mas a Copa da luta contra o racismo. Nada mais atual diante das manifestações que muitos dos nossos atletas têm sofrido neste caso com base no racismo mais grosseiro", afirmou.

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Dilma argumentou que "a questão da desigualdade racial é uma questão central para a construção de uma verdadeira democracia e uma verdadeira nação desenvolvida e rica".

Ela destacou o relacionamento do Brasil com vizinhos e nações desenvolvidas, e saiu em defesa do multilateralismo. Ela reforçou ainda que a "promoção e proteção dos direitos humanos" são "vetores essenciais" da política externa brasileira.

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"Mas é importante afirmar que não nos associamos ao que deles fazem uso seletivo e objeto de luta política. Esta, a seara dos direitos humanos e das garantias, é uma seara na qual até no Brasil temos muito a avançar. E temos de reconhecer isso para que não façamos dos direitos humanos uma arma de luta política decorrente de outros interesses", ponderou.

Dilma citou ainda as denúncias de espionagem dos Estados Unidos contra empresas e governo brasileiro e reforçou o discurso da soberania nacional. "Não reconhecemos o direito de uma nação ser melhor do que qualquer outra", ressaltou.

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Abaixo matéria da Agência Brasil sobre as twittadas da presidente:

Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil

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A presidenta Dilma Rousseff disse que o grau de intolerância das pessoas é o que as diferencia uma das outras, e os que discriminam alguém devido à cor da pele são “atrasados”. As declarações foram feitas em sua conta pessoal no Twitter, depois que o jogador brasileiro Daniel Alves, do Barcelona, ter sido vítima de racismo de torcedores espanhóis no último fim de semana.

“Todos nós originamos da mesma base, o que nos diferencia é o grau de intolerância que nós temos uns com os outros. Alguns são, sim, mais atrasados. São aqueles que discriminam o próximo por conta da cor da pele”, disse. Após o episódio, o atleta disse em entrevistas à imprensa que convive há 11 anos com esse tipo de situação e tem que “rir dos atrasados”.

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“A resposta dos nossos atletas ao preconceito que enfrentaram, como o nosso Daniel Alves, é amostra da nossa força. Não podemos deixar de afirmar a força das nossas origens, do nosso sangue afrodescendente, indígena e branco”, disse.

Dilma voltou a afirmar que fará da Copa do Mundo uma “grande bandeira mundial da luta contra o preconceito racial” e que o papa Francisco vai enviar uma mensagem contra o racismo durante o Campeonato Mundial. Segundo a presidenta, a sua estada na Bahia nos últimos dois dias foi uma oportunidade de reforçar o orgulho que “devemos ter da nossa diversidade étnica e cultura”.

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Nesta manhã, em entrevista a rádios baianas, Dilma considerou “fantástica” a reação de atletas e personalidades brasileiras em resposta ao ato racista contra Daniel Alves e usou o termo “#somostodosmacacos”. A expressão, criada pelo jogador do Barcelona e da Seleção Brasileira Neymar, ganhou as redes sociais desde o último domingo (27) na legenda de fotos de personalidade comendo bananas.

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