Dilma abre diálogo com CUT sobre pacote de ajustes

Segundo o secretário-geral da Presidência da República, ministro Miguel Rossetto, no encontro com o presidente da CUT, Vagner Freitas, presidente Dilma Rousseff reiterou as razões que levaram o Executivo a fazer as mudanças e reafirmou compromisso com direitos dos trabalhadores; sindicalista convidou Dilma para congresso da central 

Brasília-DF, 05/02/2013. Presidenta Dilma Rousseff recebe Vagner Freitas Presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.
Brasília-DF, 05/02/2013. Presidenta Dilma Rousseff recebe Vagner Freitas Presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR. (Foto: Roberta Namour)


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por Hylda Cavalcanti, da Rede Brasil Atual - O presidente da CUT, Vagner Freitas, participou de audiência, nesta terça-feira (10), com a presidenta Dilma Rousseff. Inicialmente, a reunião tinha sido acertada com o secretário-geral da Presidência da República, ministro Miguel Rossetto, mas o Palácio do Planalto aproveitou a agenda de despachos internos da presidenta para que ela o recebesse. Foi a primeira audiência de Dilma com um representante sindical depois da sua posse.

Para parlamentares da base aliada, que souberam do encontro no final da tarde, a iniciativa representou uma tentativa de aproximação por parte do governo para com a maior central do país, num momento de rusgas com o movimento sindical por conta das medidas provisórias 664 e 665 – que alteram benefícios trabalhistas e previdenciários – e de outras ações que integram o aperto fiscal desencadeado pela equipe econômica, como altas nas taxas de juros, indução à redução do crédito, aumento de impostos e veto à correção da tabela de Imposto de Renda dos assalariados em 6,5%.

Segundo o ministro Rossetto, embora a questão dos ajustes tenha sido tratada no encontro, a reunião não consistiu numa negociação, uma vez que existe momentos e fóruns adequados para isso. A presidenta reiterou as razões que levaram o Executivo a fazer as mudanças e reafirmou compromisso com direitos dos trabalhadores.

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Vagner Freitas, por sua vez, foi até o Palácio para convidar Dilma Rousseff para o encontro que a CUT realiza no próximo dia 4 de março, no qual serão debatidos os dois primeiros meses do segundo governo, a ser realizado em Brasília. O evento é um dos preparatórios ao congresso nacional da central, marcado para outubro. O encontro vai debater medidas já implementadas e o andamento de temas que dizem respeito à pauta dos trabalhadores.

A primeira articulação junto ao Executivo para que o evento de março conte com ministros de várias áreas e, também, representantes de outros escalões, foi feita por Freitas no último dia 23 de janeiro, durante audiência com Rossetto.

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“Vamos fazer um debate aprofundado sobre essas medidas e a relação do governo com os trabalhadores de um modo geral e o movimento sindical”, afirmou o dirigente da central, na ocasião. O dirigente também tem insistido que existem outras alternativas para garantir ao governo medidas de equilíbrio da economia, como a taxação das grandes fortunas, sem que seja preciso mexer nos direitos dos trabalhadores.

Para Rossetto, na audiência desta terça-feira a presidenta abordou para Vagner Freitas o que chamou de “limites fiscais que o país possui” no momento, argumentando que permanece o objetivo de levar à manutenção de emprego e renda e ao crescimento econômico.

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“Repassamos um conjunto de informações em relação às correções necessárias por conta de situações que devem ser corrigidas. A CUT veio trazer um convite à presidenta Dilma e houve espaço para a troca de opiniões e sugestões. A negociação e o diálogo, no entanto, se dão no espaço devido, nas mesas em andamento.”

No próximo dia 25 está programada outra reunião ente as centrais sindicais e representantes do governo para tratar do teor das MPs. Durante esta terça-feira (10), representantes das centrais sindicais percorreram os gabinetes dos parlamentares no Congresso Nacional, em busca de apoio para a mudança no teor das duas matérias. A mobilização foi considerada positiva para as entidades, uma vez que vários deputados e senadores demonstraram interesse em alterar o texto das medidas como forma de manter direitos trabalhistas.

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As MPs 664 e 665, que estão no centro de toda a polêmica, alteram regras na concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas como seguro-desemprego, pensão por morte, abono salarial, seguro-defeso (para pescadores) e auxílio-doença.

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