Dia da Mulher: Constituição proíbe, mas desigualdade salarial entre gêneros persiste

Acabar com esta diferença é projeto do Governo Lula, apoiado pela Fenae

Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher promove audiência pública sobre o tema "Os crescentes aumentos dos casos de feminicídio no estado do Rio de Janeiro", na Alerj, centro da cidade  - Rio de Janeiro (RJ), 07/03/2023
Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher promove audiência pública sobre o tema "Os crescentes aumentos dos casos de feminicídio no estado do Rio de Janeiro", na Alerj, centro da cidade - Rio de Janeiro (RJ), 07/03/2023 (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)


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Da Fenae - Igualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham a mesma função - deveria ser óbvio, mas esse é um direito já previsto na Constituição Federal de 1988 e não cumprido na grande maioria das empresas. Agora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer acabar com essa diferença. Na última semana ele anunciou um pacote de ações para ser apresentado no Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março. Entre elas, um projeto de lei que estabeleça igualdade salarial entre os gêneros que exerçam a mesma função.

É uma luta de mais de 30 anos para que se cumpra uma lei que já existe, inclusive na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). O artigo 461 da CLT estabelece que “sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade”.

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Para Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), já passou da hora de se cumprir o que é lei. “O Brasil está muito atrasado no que diz respeito à diversidade, inclusão e igualdade de gênero. Nos últimos quatro anos, retrocedemos. Precisamos avançar e acreditamos que o governo está atento a isso”, observa Takemoto. 

Mudar essa realidade é urgente, afirma a diretora de Relações de Trabalho na Fenae, Rita Lima. “Nesse 8 de março temos que reafirmar essa situação como inaceitável. Por isso vemos com bons olhos a preocupação do governo Lula. Esperamos que esta igualdade se concretize para que a gente não conviva mais com essa realidade, que chega a ser humilhante”, destacou.

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 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma a remuneração desigual entre os gêneros. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019 (Pnad), naquele ano as mulheres receberam 22,3% menos que os homens. A diferença é ainda maior em cargos de maiores remunerações, como diretoria, gerência e profissionais das ciências e intelectuais. Nestes setores, as mulheres receberam entre 36% e 38% menos que o gênero masculino, em 2019. 

E esta diferença não pode ser atribuída ao nível de escolaridade ou instrução - A mesma pesquisa revelou que, entre a população de 35 a 44 anos, 17,3% dos homens possuíam nível superior; já entre as mulheres, o percentual era de 24,4%. 

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 “Os dados revelados pelo IBGE são realmente fora de qualquer possibilidade de aceitação. Não tem explicação, a não ser o machismo, que ainda nos dias de hoje as mulheres que fazem o mesmo trabalho dos homens recebam menos”, observou Rita Lima.

No Congresso – Na Câmara e no Senado existem propostas sobre o tema. Um deles é o PL 111/23 torna obrigatória a equiparação salarial entre homens e mulheres para funções ou cargos idênticos. Pelo texto, a fiscalização da medida ficará a cargo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). É de autoria da deputada Sâmia Bomfim (Psol/SP).  Outro, o PLC 130/2011 pretende estabelecer multa para combater a diferença de remuneração entre homens e mulheres.

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Este projeto já foi aprovado na Câmara e Senado e aguardava sanção do então presidente Bolsonaro, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira, solicitou a volta do projeto. À época, Bolsonaro declarou que se sancionasse o projeto, se tornaria “quase impossível” a inserção das mulheres no mercado de trabalho.

Neste Dia Internacional da Mulher, a Fenae reforça o apoio às lutas femininas por igualdade de direitos. E segue acompanhando a tramitação dos projetos na Câmara e Senado.

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