Deputados pró-reforma agrária dizem que não se limitarão a postura defensiva durante CPI do MST

Congressistas próximos ao movimento prometem denúncias contra o modelo dominante de produção agrícola no país

Plano de Trabalho foi apresentado nesta terça-feira (23)
Plano de Trabalho foi apresentado nesta terça-feira (23) (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Brasil de Fato - Os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) começaram nesta terça-feira (23). Ironias do destino, a reunião do colegiado ocorreu no auditório da Câmara dos Deputados que homenageia Florestan Fernandes, ex-deputado e sociólogo conhecido por sua defesa da reforma agrária. 

Apesar da previsão de que a sessão se limitaria à votação do plano de trabalho apresentado por Ricardo Salles (PL-SP), relator da CPI, a reunião foi marcada por insultos e acusações contra o MST por parte de deputados da oposição, que são maioria no colegiado. 

continua após o anúncio

Mesmo com o clima hostil e em número inferior, parlamentares próximos ao MST afirmam que não pretendem se limitar a uma postura defensiva. Para eles, a "investigação" - que não se baseia até o momento em nenhum fato determinado - servirá também para apresentar a história e os feitos da organização. Além disso, prometem utilizar o espaço para denunciar o modelo exploratório empregado por boa parte do agronegócio. 

Em conversa com o Brasil de Fato, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) afirmou que não há dúvidas de que a CPI mira a criminalização de movimentos pela terra e que busca causar desgaste ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por outro lado, defendeu ser possível debater "a agenda positiva" do MST. 

continua após o anúncio

"Nós vamos atuar no sentido de mostrar a importância que o MST tem toda a sua história e continua tendo. Vamos nos preparar para fazer agenda positiva daquilo que é necessário debater relacionado à questão fundiária e ao modelo de agricultura, da necessidade da retomada de reforma agrária, mas também denunciar o crime que é cometido pelo grande latifúndio", sustentou. 

Ele próprio assentado da reforma agrária e militante do MST, o deputado Marcon (PT-RS) destacou o fato de que o movimento já enfrentou outras CPIs no passado, que não encontraram acusações fundadas contra o movimento. Ele afirmou não ver "nenhuma diferença" entre a investigação atual e as realizadas anteriormente.

continua após o anúncio

O parlamentar gaúcho também disse que a CPI é uma nova oportunidade para o debate sobre concentração fundiária e modelo agrário no Brasil: "Nós vamos aproveitar esse momento para divulgar aquilo que o Movimento Sem Terra faz tanto na questão agrária como na questão social e política para salvar o povo brasileiro", falou. 

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247