Denúncias contra a Petrobras ou os pesos e medidas da grande mídia

Reportagem da revista Época do último final de semana é mais uma prova do diversionismo praticado pela Globo, que quer tirar dos holofotes assuntos que não são do seu interesse



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A matéria trazida pela revista Época no último final de semana, sobre suposto lobby e cobrança de propina que teria sido feita por um ex-funcionário da Petrobras para intermediar contratos internacionais da companhia, é mais uma prova reveladora do diversionismo praticado pelas organizações Globo, a fim de tirar do centro dos holofotes da grande mídia assuntos que não são do seu interesse.

Praticamente ausente da cobertura da delação feita pela Siemens sobre o cartel e o superfaturamento em contratos de licitação para compra de equipamentos e serviços no Metrô e na CPTM, durante sucessivas administrações tucanas em São Paulo, o grupo dos Marinho não poupou linhas para uma reportagem "investigativa" conduzida pelo próprio repórter da revista e para as repercussões da mesma.

Segundo a matéria publicada, o ex-funcionário da estatal, João Augusto Rezende Henriques, agia como lobista e recebia propina para intermediar o encaminhamento de interesses de empresários em contratos internacionais, cuja maior parte repassaria a políticos do PMDB. A reportagem acusa também a oferta de U$ 10 milhões a supostos lobistas ligados ao PMDB em caso de venda de uma refinaria da Petrobras localizada em San Lorenzo, na Argentina —negócio que nunca foi concretizado.

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As denúncias, desmentidas por João Augusto, que negou ter concedido a entrevista descrita pelo repórter Diego Escosteguy, que assina a matéria, não são acompanhadas por qualquer tipo de documento que fundamente as possíveis irregularidades apontadas ao longo de sete longas páginas. A própria Época faz "mea culpa", ressalvando que "investigações oficiais ainda são necessárias para apurar todas as suas denúncias". Neste ponto, talvez, se estabeleça a enorme diferença entre o chamado jornalismo investigativo e o denuncismo puro e simples, orquestrado mais para confundir do que para esclarecer. Não é demais lembrar que o mesmo jornalista foi autor de matérias denuncistas, cujas acusações nunca se confirmaram, publicadas quando trabalhava para a revista Veja.

Mas a falta de provas não foi considerada empecilho para que a oposição, especialmente o PSDB -- também muito interessado em desviar a atenção da opinião pública do escândalo do cartel do metrô --, rapidamente arvorasse o seu melhor espírito cívico para tentar, pela enésima vez, instalar uma CPI para investigar a Petrobras.

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Como bem argumentou o senador Wellington Dias (PT-PI), é muito estranho que as denúncias tenham surgido pouco depois das acusações que envolvem governos do PSDB, em São Paulo, no caso do cartel do metrô. O senador pergunta ainda a quem pode interessar, a cada semestre, anunciar a criação de uma CPI para investigar a Petrobras.

Sabe-se bem a quem pode interessar e qual o interesse exato de quem procura lançar desconfianças sobre uma empresa como a Petrobras, que, à beira da falência e da privatização na era FHC, hoje tem sido decisiva para o crescimento do nosso país.

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O interesse é o de sempre e tantas vezes frustrado: desestabilizar os feitos de um governo que, em dez anos, elevou o Brasil a um patamar de desenvolvimento econômico e social negado e desacreditado por aqueles que, embora tenham tido a oportunidade de trabalhar pelo país, sempre jogaram contra.

Não sejamos ingênuos. O interesse da grande mídia, e especialmente da Globo, é tirar do centro da atenção os desmandos dos governos tucanos em São Paulo e em Minas e até mesmo questões mais particulares, como os milhões de reais que a empresa sonegou à Receita Federal. Para isso é preciso colocar algo "novo" no lugar.

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Até quando continuarão despejando sua artilharia em denúncias quaisquer, sem nenhuma comprovação, desde que possam intimidar e comprometer outros partidos, ao mesmo tempo em que seguem tratando os governadores tucanos como espectadores passivos do conluio que gerou prejuízos bilionários aos cofres de São Paulo?

É preciso investigar qualquer suspeita de irregularidade ocorrida em âmbito público. O que não se pode admitir é o modus operandi da grande mídia que, além de desonesto, é ofensivo. Ofende o seu público ao subestimar sua capacidade analítica e de discernimento e presta um desserviço à sociedade, quando, ao defender interesses próprios, falta com a verdade, manipula, distorce e usa, descaradamente, pesos e medidas desproporcionais, conforme o alvo das suspeitas levantadas.

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