Defesa de Vaccari pede absolvição sumária

Advogado do ex-tesoureiro do PT, Flávio Borges D'urso, alega que João Vaccari não arrecadou propina e que não "há nenhum indicativo de prova" de que ele tenha enriquecido; o juiz Sérgio Moro, que comanda a Lava Jato, porém, deu prazo de cinco dias para que Vaccari explique depósitos realizados entre 2008 e 2013 na conta da sua esposa, Giselda Rousie de Lima, que somam R$ 583.400,00

SÃO PAULO,SP,05.02.2015:OPERAÇÃO-LAVA-JATO - O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, presta depoimento na Polícia Federal, em São Paulo (SP), durante nona fase da operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta quinta-feira (5). Vaccari será obriga
SÃO PAULO,SP,05.02.2015:OPERAÇÃO-LAVA-JATO - O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, presta depoimento na Polícia Federal, em São Paulo (SP), durante nona fase da operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta quinta-feira (5). Vaccari será obriga (Foto: Paulo Emílio)


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247 - A defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto pediu absolvição sumária no primeiro processo aberto contra ele por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Vaccari alega que não arrecadou propina e que não "há nenhum indicativo de prova" de que tenha enriquecido. Em balanço recente, a Receita Federal descobriu que Vaccari não tem patrimônio.

O juiz federal Sérgio Moro, que comanda as investigações da Lava Jato, porém, deu prazo de cinco dias para que Vaccari explique depósitos realizados entre 2008 e 2013 na conta da sua esposa, Giselda Rousie de Lima, que somam R$ 583.400,00.

O advogado de defesa de Vaccari, Flávio Borges D'urso, afirma que as doações sob suspeita se deram "dentro do espectro da atividade legal partidária, ou seja, as doações são legais, dentro dos critérios estabelecidos em lei, e nenhuma prova existe de que assim não foram ou de que o acusado tenha agido criminosamente".

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O nome do ex-tesoureiro apareceu nas investigações após a realização de depoimentos de delação premiada feitos pela ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco, que foi braço direito do então diretor de Serviços da estatal, Renato Duque, e Augusto Mendonça. Segundo os depoimentos, Vaccari teria arrecadado cerca de US$ 200 milhões em propinas destinadas ao PT.

"Nada surgiu, que viesse a corroborar o que fora declarado pelos réus colaboradores (Barusco e Mendonça) além de suas afirmações. Não existem documentos, dinheiros apreendidos ou contas no exterior que envolvam o denunciado (Vaccari) no suposto esquema revelado pelos delatores", disse D'Urso.

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"Sua movimentação financeira se dá exclusivamente através de sua única conta corrente, e seu patrimônio, está todo declarado ao Fisco, não apresentando divergências", garantiu o advogado. "O acusado nunca foi chamado perante a autoridade fiscal ou qualquer outra autoridade para esclarecer suas declarações ao Fisco, ou houve, por parte das autoridades competentes, qualquer dúvida quanto a seu patrimônio ou de sua família", completou.

D'Urso também ressalta que o sigilo bancário de Vaccari, o da mulher, Giselda, e da filha, Nayara, foram quebrados e investigados pelas autoridades. "Nenhum indicativo de prova de enriquecimento ilícito foi encontrado, pelo contrário, de tudo o que foi apurado nas citadas quebras de sigilo, a única conclusão possível é que a movimentação bancária do acusado e de sua família ocorreram dentro da mais absoluta legalidade", observou.

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