Defesa de Bolsonaro nega envolvimento em golpe e argumenta que celular de Cid era usado para "lamentações"

Ex-presidente Jair Bolsonaro divulgou nota e parece estar com medo de ser atingido pelas investigações sobre a trama golpista

Fabio Wajngarten e Jair Bolsonaro
Fabio Wajngarten e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/Twitter | REUTERS/Evelyn Hockstein)


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247 – A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) emitiu uma nota nesta sexta-feira (16) rejeitando as acusações de participação em ações golpistas, com base nos novos diálogos encontrados no celular de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid. Segundo a nota, o conteúdo do celular do ex-assessor consistia principalmente em "desabafos" e não refletia sua participação em conspirações. Os diálogos recuperados no aparelho de Cid revelam conversas entre oficiais do Exército e reservistas discutindo o uso das Forças Armadas contra o resultado das eleições vencidas por Lula (PT). Parte dessas mensagens foi divulgada pela revista Veja.

"A evidência apresentada pela revista Veja reafirma que o presidente Bolsonaro nunca participou de conversas sobre um suposto golpe de Estado", afirma a nota, assinada pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten. "Registramos, ainda, que o ajudante de ordens, pela função exercida, recebia todas as demandas —pedidos de agendamento, recados, etc— que deveriam chegar ao presidente da República. O celular dele, portanto, por diversas ocasiões se transformou numa simples caixa de correspondência que registrava as mais diversas lamentações", conclui o comunicado.

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O conteúdo revelado nesta sexta-feira mostra que um dos interlocutores de Mauro Cid foi o coronel do Exército Jean Lawand Junior, recentemente nomeado para representação diplomática do Brasil nos Estados Unidos, em Washington. O Comando do Exército decidiu anular a nomeação do militar. Em um dos áudios, de acordo com a transcrição da Polícia Federal, Lawand disse: "Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele [Bolsonaro] precisa dar a ordem, o povo está com ele, cara. Se os caras não cumprirem, é problema deles. Se esses caras não cumprirem a ordem do Comandante Supremo, o Exército Brasileiro acabará. Como posso aceitar uma ordem de um General que não recebeu, que não aceitou a ordem do Comandante? Por favor, Cidão. Por favor, faça alguma coisa, cara. Convença-o a agir."

No celular do ex-assessor de Bolsonaro também foram encontrados materiais relacionados à tese do advogado e professor emérito da Universidade Mackenzie, Ives Gandra Martins, segundo a qual o artigo 142 da Constituição permitiria uma intervenção das Forças Armadas em caso de conflito entre os três Poderes. Em entrevista ao UOL, Ives Gandra negou ter contribuído com ideias golpistas e afirmou que o conteúdo encontrado no celular de Cid foi preparado em 2017.

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