Defensores dos índios põem fogo no Noroeste, em Brasília

Cerca de 200 pessoas foram ao novo bairro neste feriado para impedir construo de prdio pela Emplavi. E prometeram voltar nesta quinta-feira



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Sabrina Fiuza_Brasília247 – Apoiadores do Santuário dos Pajés, onde vivem comunidades indígenas no Setor Noroeste, foram à área onde será construído um prédio residencial para impedir a continuidade das obras. Na tarde do feriado, retiraram a cerca que delimitava o lote e atearam fogo na estrutura para evitar que a Emplavi, a quem a Terracap vendeu o terreno, reaproveite o material. Um trator da empresa também foi pichado. Manifestantes devem passar a noite no Santuário e voltar ao local da obra esta manhã. Novo ato também deverá ser realizado, por volta do meio-dia, em frente ao Ministério da Justiça, órgão ao qual a Fundação Nacional do Índio (Funai) é vinculada.

"Ocupar e resistir" e "o santuário não se move" foram as frases cantadas pelos 200 manifestantes, que fizeram um grande círculo ao redor do fogo. Os índios não participaram do ato, apenas representantes da sociedade civil. "Queremos manter o direito dos povos indígenas e proteger o meio ambiente", afirmou Rafael Moreira, apoiador da causa.

O educador social Luan Grisolia diz que os índios são os donos de pelo menos 50 hectares do Noroeste e que o lote não deveria ter sido vendido. "Isso é resultado de um processo corrupto", afirma. A última decisão judicial reservou aos índios 4,18 hectares dentro do Noroeste, mas o grupo e os índios consideram a área indígena bem mais do que isso. Como não há impedimento jurídico para que a Emplavi construa, apoiadores dos índios tentam impedir a obra. Na semana passada, houve conflito: de um lado, índios e defensores da área; do outro, seguranças da Emplavi.

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No protesto do feriado, os manifestantes chegaram a considerar a ocupação do lote, mas desistiram. Construíram uma oca simbólica no centro do local para enfatizar a presença indígena e alguns optaram por passar a noite no Santuário. Prometem voltar ao local nesta manhã para impedir que a oca seja destruída e que a construtora dê andamento às obras.

O diretor-presidente da Emplavi, Gil Pereira, esteve no terreno para acompanhar a situação. Ele reiterou que a área pertence à empresa. "Temos todas as decisões judiciais que comprovam que esta terra é particular", disse. Ele classificou o ato como invasão de área privada.

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Aproximadamente dez policiais militares foram ao local, mas apenas observaram a situação. O fato não agradou a Pereira. "A polícia não pode permitir que vândalos ocupem área particular", reclamou. "Precisam imprimir força, se for o caso, para manter a ordem."

A polícia, no entanto, explicou que só poderia entrar em ação com decisão judicial, justamente por se tratar de área privada. Os militares informaram que agiriam apenas se chegasse um pedido de reintegração de posse.

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Impasse judicial

Segundo o advogado dos índios, Ariel Foina, tramitam na Justiça 15 processos que tratam da posse das terras no Noroeste. Existe um estudo antropológico, encomendado pela Funai, que conclui que a área é território indígena. No entanto, o órgão esconde o documento e ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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