"Decisão absurda e desrespeitosa com o Amapá", diz governador após Ibama barrar exploração de petróleo
Segundo o governador Clécio Luis, é necessário esclarecer que o poço em Amapá Águas Profundas está localizado a centenas de quilômetros da foz do Amazonas
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247 - O governador do Amapá, Clécio Luis (Solidariedade), expressou, nesta quinta-feira (18), seu repúdio à decisão do Ibama de barrar a exploração de petróleo na chamada "foz do rio Amazonas".
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, indeferiu nesta quarta-feira (17) pedido da Petrobrás para perfuração de poço em Amapá Águas Profundas. A decisão seguiu parecer técnico do próprio Ibama. A estatal avalia que a "nova fronteira", que se estende por mais de 2.200 km ao longo da costa das regiões Norte e Nordeste, tem potencial para garantir não só a demanda energética do País, como também para gerar recursos para custear a transição energética.
Segundo o governador, é necessário esclarecer que o poço em questão está localizado a centenas de quilômetros da foz do Amazonas. Além disso, ele chamou a decisão de "absurda" e desrespeitosa com o estado do Norte do País.
"É absurda, desrespeitosa e irresponsável a decisão do Ibama de negar o início dos estudos para a exploração de petróleo e gás na margem equatorial do Amapá. É lamentável que uma instituição como o Ibama não tenha nos dado ouvidos. Essa foi uma decisão muito mais argumentada na ideologia de quem decidiu, de gabinete, frágil, totalmente fora da realidade da Amazônia. Com informações equivocadas, baseadas em mitos", disse o governador, em seu Twitter.
"Reajo com indignação diante dessa decisão, pois, passamos dois dias em Brasilia tratando da pauta da saúde, por conta do surto que estamos vivendo, e petróleo e gás na costa do Amapá", prosseguiu, referindo-se ao surto de síndromes gripais e respiratórias que atinge o estado. "Essa indignação precisa ser compartilhada por todos que prezam pela boa técnica, com o compromisso do desenvolvimento sustentável e os que querem ver avanços no Amapá. Ao tomar essa decisão, o Ibama demonstrou não estar preocupado com quem vive no Amapá, na Amazônia e com o Brasil".
"Os argumentos são fantasiosos, de quem não conhece a realidade da região e do Estado. Baseados em tabus e dogmas que marcaram o século passado, com afirmações que não são verdadeiras", disse o chefe do Executivo estadual. "Um dos argumentos fala do aumento do fluxo de aeronaves sob terras indígenas, o que não é verdade. Na questão aérea, trata-se de uma linha diagonal em sentido nordeste, que não passa por cima de nenhuma aldeia indígena".
Clécio Luis lembrou que o Ibama impediu até mesmo estudos preliminares para identidicar a viabilidade do projeto.
"É importante que se diga que a fase que o Ibama está impedindo é a fase de pesquisa, chamada de fase exploratória. É a pesquisa que está sendo impedida. Saber se temos petróleo, se é seguro. Estão nos negando conhecimento sobre o que é patrimônio nosso. Patrimônio do Amapá e Brasil".
"O Brasil hoje é dependente do petróleo do resto do mundo, o que impacta, entre outras coisas, no preço do combustível. Hoje, se fala muito sobre a mudança de matriz de energia para forma limpa, precisamos entrar nessa transição energética, sou favorável", prosseguiu. "Mas essa transição esta prevista para acontecer em 50 anos. Não podemos aguardar isso acontecer sem explorar nossas potencialidades, o petróleo impulsionará nosso desenvolvimento, nos tirará da dependência quase que exclusiva de recursos federais".
"E por fim, a Petrobras é maior especialista de perfuração em poços de petróleo em agua profundas, que é o caso daqui que possui 2800metros. Ela já fez mais de mil perfurações como essa e nunca ocorreu um acidente se quer. Não estamos tratando de qualquer empresa, é uma estatal e com a maior expertise do mundo nesse tipo de exploração".
Ele finalizou: "E de uma vez por todas, os poços da Margem Equatorial não estão localizados próximos da Foz do Rio Amazonas, encontra-se mais de 500km de distância da foz. E cerca de 154km de distância da margem térrea do Estado. Quase chegando em águas internacionais".
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