Dados da PRF desmentem depoimento de Silvinei à CPMI sobre blitze no Nordeste

Dados da PRF apontam que 31,6% do total de abordagens no país no segundo turno aconteceram no Nordeste, apesar da região concentrar apenas 17,6% da frota de veículos do país

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)


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247 - Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que um em cada três veículos abordados durante as fiscalizações realizadas no segundo turno das eleições de 2022 ocorreu no Nordeste, região em que o então candidato e hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve sua maior vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) na primeira etapa do pleito presidencial. As informações, divulgadas pelo jornal O Globo, desmontam o depoimento prestado pelo ex-chefe da PRF Silvinei Vasques à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

Durante a audiência, Vasques afirmou que "o Nordeste e o Norte foram os locais em que a polícia menos realizou fiscalização (no segundo turno). A maior quantidade de fiscalizações ocorreu no Sudeste, seguida pelo Sul e Centro-Oeste". os dados da PRF, contudo, apontam que apesar de representar apenas 17,6% da frota de veículos do país em outubro do ano passado, quando ocorreu a eleição, o Nordeste concentrou um terço das ações de fiscalização da PRF.

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Segundo os registros da PRF, foram realizadas 2.887 abordagens para fiscalização de equipamentos obrigatórios e identificação veicular no Nordeste, o que corresponde a 31,6% do total de abordagens no país (9.133). Já no Sudeste, onde circulam 47,8% da frota de veículos do Brasil, a PRF realizou 2.543 paradas, representando 27,8% do total de abordagens. Durante a primeira fase do pleito, Lula obteve 66,76% dos votos válidos no Nordeste, enquanto Bolsonaro, alcançou 26,97%. Já no Sudeste, Bolsonaro obteve 47,56% dos votos contra 42,63% de Lula.

Nas demais regiões do país, houve um equilíbrio entre o número de veículos abordados e o tamanho da frota de cada local. Esses dados reforçam as suspeitas de que houve uma atuação desproporcional da PRF no Nordeste, possivelmente por motivações políticas. Essa questão é objeto de um inquérito da Polícia Federal (PF), que investiga o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-diretor-geral da PRF. Torres também foi convocado para prestar esclarecimentos aos parlamentares e o depoimento está agendado para o dia 11 de julho.

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“ A PF apura se os bloqueios montados nos estados do Nordeste tiveram o objetivo de dificultar o comparecimento de eleitores de Lula às urnas. Segundo investigadores do caso, o mero fato de existir uma blitz em uma cidade do interior, onde grande parte dos moradores se locomove em motos — que muitas vezes estão em situação precária —, já é suficiente para intimidar deslocamentos”, destaca a reportagem.

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