CPMI: em relatório paralelo, oposição pede saída de Graça e indicia oito
Líderes da oposição discutirão o documento, que está sendo elaborado pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), na noite desta segunda-feira 15; ao contrário do que foi apresentado pelo relator da CPMI, deputado Marco Maia (PT-RS), os oposicionistas querem citar os nomes de políticos envolvidos no esquema de corrupção que envolve, além de agentes públicos, empreiteiras e a própria estatal; ao menos oito devem ser indiciados; parlamentares questionam a atuação da presidente da Petrobras diante dos atos de corrupção
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247 - Em relatório paralelo que está sendo elaborado pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), a ser apresentado na CPMI da Petrobras, parlamentares da oposição pretendem indiciar ao menos oito pessoas e questionam a atuação da presidente da estatal, Graça Foster, diante das irregularidades. Eles pedem o afastamento imediato dela. Os líderes da oposição discutirão a elaboração do documento na noite desta segunda-feira (15).
Ao contrário do que foi apresentado na semana passada pelo relator oficial da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), os oposicionistas querem citar os nomes de políticos envolvidos no esquema de corrupção que envolve, além de agentes públicos, empreiteiras e a própria estatal. Entre os indiciados já definidos estão o deputado Luiz Argôlo (SD-BA), o deputado cassado André Vargas (sem partido-PR), o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e executivos da empresa Toyo Setal.
De acordo com a oposição, Graça Foster teria prevaricado ou se omitido diante dos e-mails que lhe foram encaminhados pela ex-gerente da empresa Venina Velosa da Fonseca. As mensagens foram enviadas em 2009 e 2011, quando Graça Foster ainda não presidia a Petrobras, e em 2014, quando já estava à frente da companhia. "Ou ela se omitiu ou prevaricou", afirmou o líder do DEM na Câmara Federal, Mendonça Filho (PE).
Em reportagem do jornal valor Econômico, publicada na última sexta-feira (12), Venina disse ter avisado Graça Foster sobre irregularidades em negócios da companhia em 2009 (leia mais). Em nota, a Petrobras rebateu alegando que todas as providências foram tomadas e "todas as informações enviadas pela empregada citada na matéria", apuradas (leia mais aqui).
Dentre os nomes que serão citados estão diretores da estatal e das empreiteiras, que já foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF), e do tesoureiro do PT, João Vaccari. O petista não foi denunciado, mas é alvo de denúncias de que receberia dinheiro para financiar o partido. Ele nega.
Por sua vez, o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy, afirmou que a oposição também citará o nome do ex-presidente nacional do PSDB Sérgio Guerra (falecido em março deste ano), conforme a coluna Panorama Político na edição deste domingo (13) de O Globo (leia aqui). O tucano foi acusado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa de ter recebido dinheiro para ajudar a esvaziar uma CPI criada em 2009 com o objetivo de investigar a Petrobras.
Segundo investigações da Polícia Federal (PF), por meio de Operação Lava jato, o esquema envolvendo Petrobras, políticos e empreiteiras alcançou cerca de R$ 10 bilhões. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, em prisão domiciliar, já informou que PT, PMDB e PP foram os principais partidos beneficiados do esquema de pagamento de propina por parte de empreiteiras. PSDB e PSB também forma privilegiados. Pelo menos 60 políticos estariam na lista de Youssef como beneficiários do esquema (leia mais aqui).
Também vale ressaltar que em uma planilha apreendida no escritório do doleiro Alberto Youssef, líder do esquema, constam 747 obras de infraestrutura de 170 empresas, cujos valores somados atingem R$ 11,5 bilhões - 59% das obras têm a Petrobras como cliente final, conforme as investigações.
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