Contra MP, portuários fazem greve no País

Cerca de 30 mil trabalhadores – 4 mil apenas no porto de Santos – ficarão de braços cruzados durante seis horas nesta manhã de sexta-feira, em protesto por mudanças na MP dos Portos; TST deferiu pedido de liminar para impedir a paralisação; na última segunda-feira, os portuários já haviam tomado um navio em Santos pela mesma causa; portos como o de Paranaguá, no Paraná, temem prejuízos enormes com a greve

Contra MP, portuários fazem greve no País
Contra MP, portuários fazem greve no País (Foto: ERBS JR./FRAME)


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247 – Cerca de 30 mil trabalhadores em todo o País – 4 mil apenas no porto de Santos, o maior da América Latina – realizam uma paralisação de seis horas na manhã desta sexta-feira 22, em protesto contra a Medida Provisória 595, que trata da concessão dos terminais à iniciativa privada, além de outras mudanças no setor. De acordo com informações do Sindicato dos Estivadores, eles ficarão parados por um turno - das 7h às 13h. O anúncio da greve foi feito nesta quinta-feira 21 por entidades trabalhistas, em Brasília. Outra paralisação está marcada para a próxima terça-feira e também deve durar seis horas.

A greve foi proibida pela Justiça na noite desta quinta-feira, quando o Tribunal Superior do Trabalho (TST) deferiu pedido de liminar do governo federal para impedir as paralisações. A liminar foi concedida por meio de medida cautelar interposta pela AGU (Advocacia-Geral da União) contra os sindicatos. Em sua decisão, a vice-presidente do TST, Maria Cristina Peduzzi, alega que a greve seria abusiva, devido ao fato de os portos representarem serviço essencial ao País. A AGU calcula prejuízo de cerca de R$ 66,7 milhões por cada dia de paralisação.

As centrais sindicais, entre elas a Força Sindical e a CUT (Central Única dos Trabalhadores), acreditam que as mudanças no setor, principalmente a privatização dos portos e a nova forma de contratação, prejudicará os portuários. Para o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, a MP pode "destruir o sistema portuário" brasileiro, além de tornar "precárias" as condições de trabalho nesses terminais. As entidades já se reuniram com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, mas não houve acordo. Segundo Paulinho da Força, o governo não cedeu.

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Boicote às cargas

As centrais sindicais também ameaçaram nesta quinta, além da greve, um eventual boicote internacional às cargas brasileiras caso não conseguissem acordo com o governo federal para mudar o texto da MP. Os trabalhadores do setor prometem dificultar a descarga de produtos brasileiros em todo o mundo com apoio de duas entidades classistas internacionais: a International Transport Workers Federation (ITF) e a International Dockworkers Council (IDC).

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Segundo disse o presidente da Federação Nacional dos Avulsos (Fenccovib), Mário Teixeira, "caso as discussões não avancem, portuários dos cinco continentes, ligados à ITF e à IDC, poderão ser acionados para recusar desembarcar as cargas originárias do Brasil". Outra crítica dos trabalhadores é a falta de transparência, segundo eles, nas discussões que resultaram na MP. "Prova disso é que nem o Ministério do Trabalho nem o Ministério Público do Trabalho foram convidados a participar do processo", disse o presidente da Federação Nacional dos Estivadores (FNE), Wilton Barreto.

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