Conselheiro da Petrobras quer investigação interna
Conselheiro Silvio Sinedino, que representa os funcionários da empresa no Conselho de Administração da Petrobras, defende que o colegiado investigue internamente a eventual extensão do esquema de corrupção denunciado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa; "Eu quero explicações de como ela (a Petrobras) está vendo isso", afirmou
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RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Conselho de Administração da Petrobras precisa tomar medidas para apurar internamente a eventual extensão do esquema de corrupção denunciado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, disse o conselheiro Silvio Sinedino, que representa os funcionários da empresa no colegiado.
O ex-diretor da petroleira Paulo Roberto Costa teria revelado em depoimentos à Polícia Federal um suposto esquema de corrupção na Petrobras que envolveria pagamento de propina a políticos.
O conselheiro da Petrobras disse à Reuters que pressionará a diretoria da estatal para saber se há informações de funcionários que poderiam estar ligados às denúncias de Costa.
De acordo com Sinedino, a pauta da reunião de Conselho na próxima sexta-feira (dia 12) está definida, mas ele tentará incluir a discussão no encontro. "Eu quero explicações de como ela (a Petrobras) está vendo isso."
Para Sinedino, se as denúncias de corrupção forem comprovadas, será necessário apurar quem eram as pessoas de dentro da Petrobras envolvidas no suposto esquema. Até agora, afirmou ele, foram divulgados apenas nomes de pessoas que não eram da Petrobras.
"E o pessoal de dentro da Petrobras? O Paulo Roberto, se fez alguma coisa, não fez sozinho. Quem são as outras pessoas? Essa é uma boa pergunta", afirmou Sinedino. "Eu estou achando que ele vai entregar todo mundo."
CETICISMO
Apesar de cobrar uma investigação interna, Sinedino é cético quanto aos resultados disso.
Pelo menos duas importantes comissões internas foram instauradas pela Petrobras desde o início do ano. Uma para apurar denúncias de irregularidades envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e outra sobre supostos pagamentos de suborno a empregados da companhia pela empresa SBM Offshore, de equipamentos da indústria de petróleo.
Ambas as comissões não geraram resultados que poderiam esclarecer as denúncias existentes, avaliou Sinedino. "Auditoria não tem poder de polícia", afirmou.
Segundo ele, as auditorias da Petrobras trabalham a partir da análise de documentos existentes e não poderiam quebrar sigilos telefônicos, por exemplo.
Sinedino disse ainda que quando a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, assumiu o cargo, em fevereiro de 2012, todos esperavam que a executiva realizasse melhorias na empresa.
Cerca de dois meses após assumir, Graça Foster, como prefere ser chamada, retirou Costa do quadro da diretoria executiva.
O conselheiro destacou que o problema é que a gestão da presidente não pode mudar o que já aconteceu. "Para trás não é mais possível", afirmou Sinedino.
Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente à reportagem.
(Por Marta Nogueira)
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