Concurso público não é aposentadoria
Muito menos férias eternas. Então, se quer ocupar uma dessas vagas, por favor, comece a trabalhar
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Brasília é a capital do concurso público. Diariamente milhares de estudiosos lotam bibliotecas e salas de aula atrás do sonho da vaga garantida. Têm como objetivo passar num desses cargos bem remunerados, com carga de trabalho reduzida. Sentar-se-ão numa dessas cadeiras mantidas com recursos derivados do bolso do contribuinte para, enfim, mal servir-los.
Dia desses, durante a apuração de uma matéria que denunciava a carência de profissionais contratados pelo governo do Distrito Federal para prestar atendimento no Programa Saúde da Família, uma das entrevistadas fez questão de ressaltar: "Coloque aí, não basta o governo contratar, tem também que orientar os servidores a atender bem os pacientes porque as equipes tomam posse e acham que não precisam mais trabalhar."
Definitivamente, a entrevistada tem razão. Basta passar dez minutos num desses cursinhos para entender a filosofia dos futuros servidores do Distrito Federal e da União. "Estudem porque depois vocês vão ficar tranquilos", diz o professor, convencido de que a posse numa vaga pública é a passagem para as férias eternas.
E deve ser mesmo. Um policial militar – que alega ter uma rotina dura e perigosa – trabalha 12 horas por dia e ganha 36 horas para descansar. Isso se a jornada começar às 7h da manhã porque se o expediente for noturno, o policial que fizer as mesmas 12 horas nas ruas, passa outras 60 horas em casa.
Nada contra essa política de empregabilidade e salário "garantidos". Muito menos a quem deseja trocar a acolchoada poltrona privada por outra bem parecida na rede pública. Mas se vão sentar numa cadeira comprada com o dinheiro do povo, uma coisa é preciso saber: concurso público não é aposentadoria. Trabalhem bem.
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