"Compromisso do Brasil com a democracia não é negociável"
Palavras são do ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, sobre o processo de impeachment contra o presidente paraguaio, Fernando Lugo, durante audiência pública no Senado
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Agência Brasil - Ao comentar o posicionamento do governo brasileiro em relação ao impeachment do então presidente paraguaio Fernando Lugo, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta quarta-feira 11, durante sessão que o compromisso do país com a democracia não é "negociável". O ministro participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.
"O Brasil conquistou a duras penas uma situação de democracia que precisa ser defendida a todo preço", ressaltou, durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.
Ao tratar especificamente da suspensão do Paraguai do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Patriota destacou que a decisão não tratou de um julgamento apressado. "Os governos de todos os países da Unasul se reuniram para um pronunciamento", disse.
O ministro ressaltou ainda que não há intenção, de ambos os blocos, de prejudicar a economia ou o bem-estar do povo paraguaio e que uma comissão será formada para acompanhar o desenrolar dos acontecimentos no país vizinho.
Patriota disse também que a decisão de suspender o Paraguai do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) é um sinal claro de que não há mais espaço na região para "aventuras antidemocráticas".
O ministro avaliou que a reação brasileira em relação ao impeachment do então presidente paraguaio Fernando Lugo foi, desde o início, coordenada com os demais países da América do Sul.
Para ele, a aproximação e a construção de parcerias na região somente foi possível por meio da instauração de processos democráticos. A suspensão do Paraguai de ambos os blocos, segundo ele, demonstra que os países sul-americanos não toleram desvios que comprometam a democracia.
"O Paraguai voltará a participar assim que se retomar a plena vigência da ordem democrática", disse, ao avaliar ainda que a decisão de suspender o país vizinho foi coesa e evidencia o amadurecimento da região.
Também durante a audiência pública, Patriota explicou que a decisão de incorporar a Venezuela ao Mercosul foi fruto de uma deliberação conjunta dos países-membros. Segundo ele, uma reunião no próximo dia 31 no Rio de Janeiro vai oficializar a entrada do país no bloco.
Na semana passada, o governo do Paraguai decidiu declarar persona non grata e expulsar o embaixador da Venezuela no país, José Javier Arrúe De Pablo, além de determinar a retirada do embaixador paraguaio na Venezuela, Augusto Ocampos Caballero.
Desde a destituição de Lugo, as relações entre as autoridades do Paraguai e da Venezuela ficaram estremecidas depois de suspeitas de que funcionários venezuelanos, liderados pelo chanceler Nicolás Maduro, interviram para que as Forças Armadas paraguaias evitassem a saída de Lugo do poder.
"Faço uma avaliação positiva dos resultados da Cúpula de Mendonça. Foram decisões difíceis, mas tomadas com o critério e o cuidado de não serem adotadas medidas que afetassem o povo paraguaio e em resposta a uma situação inaceitável", explicou Patriota.
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