Companhia de Trens de SP é condenada por ação de skinheads

Em dezembro de 2003, dois jovens foram forados a pular de trem em movimento por bando de skinheads; um deles morreu; Tribunal entendeu que o Estado teve responsabilidade por no zelar pelo direito a um transporte seguro e CPTM deve pagar R$ 300 mil famlia da vtima

Companhia de Trens de SP é condenada por ação de skinheads
Companhia de Trens de SP é condenada por ação de skinheads (Foto: MÁRCIO FERNANDES/AGÊNCIA ESTADO)


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Fernando Porfírio _247 - A Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM), estatal do governo paulista, terá de pagar indenização no valor de R$ 300 mil à família de um jovem que morreu depois de ser obrigado por um bando de skinheads a saltar de um trem em movimento. A decisão é do Tribunal de Justiça de São Paulo. A corte paulista entendeu que o Estado teve responsabilidade na morte por não zelar pelo direito a um transporte seguro. A CPTM vai tentar mudar a decisão nos tribunais de Brasília.

A morte do jovem ocorreu em dezembro de 2003, numa composição da linha E da CPTM, do ramal Leste da capital paulista, nas imediações da estação Brás Cubas. De acordo com investigação civil e criminal, dois jovens, acompanhados das namoradas, estavam a caminho de um shopping para jogar boliche, quando foram abordados por um grupo de skinheads.

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As vítimas usavam cabelos espetados com gel e camisetas de bandas de rock punk. A vestimenta chamou a atenção e atraiu a ira do grupo de rapazes skinhead, de cabeças raspadas, coturnos, jaquetas e calças com detalhe militar e armados com machadinha e tchaco (instrumento de dois bastões ligados por uma corrente).

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“Ou pula ou morre”, teria falado um dos skinheads, acrescentando que se não fosse atendido os jovens seriam mortos ali mesmo. Assustadas, as vítimas saltaram do trem em movimento. Cleiton da Silva Leite, de 20 anos, morreu dias depois de traumatismo craniano, e Flávio Augusto Nascimento Cordeiro, de 16, teve o braço decepado ao cair no vão que separa o trem da plataforma.

O Tribunal entendeu que a motivação do delito foi o preconceito e discriminação. Os agressores e a queda das vítimas foram registrados pelas câmeras da CPTM. Em depoimento, os skinheads disseram que abordaram os dois rapazes para saber por que estavam vestidos com um visual agressivo. Os dois jovens teriam saído do vagão, ao perceberem a aproximação. Quando os skinheads foram para outro vagão, os jovens não estavam mais lá.

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