Começa com falha o Enem do candidato Haddad

Organizao do exame se equivoca mais uma vez e informa local de prova errado a 1.120 candidatos no Rio. A novidade que, agora, o ministro da Educao erra enquanto pr-candidato prefeitura de So Paulo. Relembre o histrico de erros



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247 com Agência Estado – Mais uma edição e mais um erro. Cartões de confirmação de 1.120 candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram entregues com erros no endereço do local de prova. Os organizadores do concurso afirmaram que já entraram em contato por telefone com todos os estudantes para corrigir a informação. É possível argumentar que o erro é pequeno e localizado – atingiu apenas os estudantes do Rio de Janeiro –, mas, somado ao histórico de confusões do Enem e à pretensão do ministro da Educação, Fernando Haddad, de disputar a prefeitura de São Paulo em 2012, o equívoco toma outra proporção e dificilmente não será usado por seus adversários durante a campanha.

O documento enviado aos candidatos pelo correio indicava que eles deveriam fazer a prova no campus da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), no número 296 da Avenida Pasteur – onde funcionam a reitoria e os cursos de Nutrição e Enfermagem. O único prédio da instituição que receberá o exame, no entanto, será o edifício 436, que abriga das faculdades de Música, Artes Cênicas e Letras.

A distância entre os dois prédios é de apenas 200 metros. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação que realiza o Enem, informou que um fiscal estará no prédio do número 296 nos dias de prova para orientar os candidatos a procurar o local correto.

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Relembre o histórico de erros do Enem e a importância que o exame ganhou diante das pretensões políticas do ministro da Educação:

247 - Coincidência ou não, no ano anterior às eleições municipais de 2012, o orçamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) quase triplicou. A principal (e também mais vulnerável) vitrine do Ministério da Educação (MEC) para o país teve o gasto aumentado dos R$ 128,5 milhões gastos em 2010 para R$ 372,5 milhões a serem gastos neste ano, num aumento de 190%. Talvez seja a última cartada do ministro Fernando Haddad para tentar apagar as falhas que fizeram do exame nacional o calcanhar de Aquiles de sua gestão à frente do MEC.

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Criado em 1998 para medir o nível o nível dos alunos que finalizam o ensino médio, o Enem foi relançado em 2009 como a maior transformação na educação brasileira desde a aplicação do primeiro vestibular, 100 anos antes, mas uma sucessão de erros prejudicou a aceitação da proposta de instituir um exame nacional único que valesse para todas as universidades brasileiras. Logo no primeiro ano, o conteúdo da prova do Enem vazou, adiando em dois meses a aplicação da prova.

Nas edições seguintes, dados pessoais de 12 milhões de alunos que prestaram o exame vazaram na internet, uma decisão da justiça suspendeu a impressão das provas e falhas na aplicação das provas e nos gabaritos contribuíram para o desgaste do Enem. Na tentativa de solucionar os problemas, Haddad manifestou, no início deste ano, a intenção de criar uma estatal apenas para aplicar o Enem.

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Apelidada de "Concursobrás", a empresa se valeria da estrutura do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), da Universidade de Brasília (UnB), que já vem aplicando as provas do exame nacional e vai receber a parcela que vier a ser gasta dos R$ 372,5 milhões reservados para este ano. A UnB já concordou com a ideia de transformar o Cespe em empresa, desde que continue na administração do centro, e seguem os trâmites governamentais para a criação da estatal.

Candidato de Lula à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2012, Haddad tem em seu trabalho como ministro da Educação (está no cargo desde 2005) o principal trunfo na disputa pelo eleitorado paulistano. O Enem 2011 ocorre nos dias 22 e 23 de outubro e teve um recorde de 6,2 milhões de inscritos. Para corresponder a suas pretensões eleitorais, o ministro não pode errar desta vez.

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