CNBB: Dilma deve fazer pronunciamento oficial

"Imagino que ela deva dizer uma palavra ao país, fazer um pronunciamento mais oficial", disse o cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao divulgar nota da entidade sobre as manifestações dos últimos dias; ele tem encontro marcado com a presidente na tarde desta sexta-feira; para a CNBB, manifestações pacíficas "fazem renascer a esperança", mas atos de vandalismo e violência devem ser repudiados

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247 - O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, disse nesta sexta-fera que que espera um pronunciamento oficial de Dilma Rousseff sobre as manifestações que tomaram conta do país. "Imagino que ela deva dizer uma palavra ao país, fazer um pronunciamento mais oficial", disse o cardeal, que ao divulgar nota da entidade sobre as manifestações. Assis tem encontro marcado com a presidente na tarde desta sexta-feira.

Para a CNBB, manifestações pacíficas "fazem renascer a esperança". Na note, a entidade repudiou, contudo, atos de vandalismo, violência, desrespeito e intolerância. Os bispos consideram que a onda de protestos é política e é fundamental que os católicos do Brasil participem deles. "Temos que ouvir, perceber o que querem nos dizer. Isso nos dá elemento para refletir", disse o presidente da entidade.

A CNBB disse que não teme que os protestos atrapalhem a Jornada Mundial da Juventude, programada para julho, no Rio de Janeiro, com a participação do papa Francisco. "Cabe ao Estado garantir a segurança e tranquilidade de todos aqueles que vão participar", disse Damasceno.

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Leia a Nota:

Ouvir o clamor que vem das ruas

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Nós, bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunidos em Brasília de 19 a 21 de junho, declaramos nossa solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas, que têm levado às ruas gente de todas as idades, sobretudo os jovens. Trata-se de um fenômeno que envolve o povo brasileiro e o desperta para uma nova consciência. Requerem atenção e discernimento a fim de que se identifiquem seus valores e limites, sempre em vista à construção da sociedade justa e fraterna que almejamos.

Nascidas de maneira livre e espontânea a partir das redes sociais, as mobilizações questionam a todos nós e atestam que não é possível mais viver num país com tanta desigualdade. Sustentam-se na justa e necessária reivindicação de políticas públicas para todos. Gritam contra a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão pública. Denunciam a violência contra a juventude. São, ao mesmo tempo, testemunho de que a solução dos problemas por que passa o povo brasileiro só será possível com participação de todos. Fazem, assim, renascer a esperança quando gritam: "O Gigante acordou!"

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Numa sociedade em que as pessoas têm o seu direito negado sobre a condução da própria vida, a presença do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como a solidariedade e o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido do existir. A indiferença e o conformismo levam as pessoas, especialmente os jovens, a desistirem da vida e se constituem em obstáculo à transformação das estruturas que ferem de morte a dignidade humana. As manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo em "berço esplêndido".

O direito democrático a manifestações como estas deve ser sempre garantido pelo Estado. De todos espera-se o respeito à paz e à ordem. Nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência. Quando isso ocorre, negam-se os valores inerentes às manifestações, instalando-se uma incoerência corrosiva que leva ao descrédito.

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Sejam estas manifestações fortalecimento da participação popular nos destinos de nosso país e prenúncio de novos tempos para todos. Que o clamor do povo seja ouvido!

Sobre todos invocamos a proteção de Nossa Senhora Aparecida e a bênção de Deus, que é justo e santo.

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Brasília, 21 de junho de 2013

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

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Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís
Vice-presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

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