Cinegrafista da Band morre em tiroteio no Rio

Gelson Domingos da Silva foi atingido durante operao policial na favela de Antares; quatro suspeitos de pertencerem ao trfico morreram no tiroteio; sindicato dos jornalistas responsabiliza emissora por morte de profissional

Cinegrafista da Band morre em tiroteio no Rio
Cinegrafista da Band morre em tiroteio no Rio (Foto: Divulgação)


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O cinegrafista da TV Bandeirantes Gelson Domingos da Silva, atingido no peito por um tiro durante confronto entre traficantes e policiais na favela de Antares, na zona oeste do Rio, chegou morto à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Cruz, às 7h40 deste domingo.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Gelson tinha "perfuração de bala na região do tórax". A nota diz que "foram feitas tentativas de reanimação, sem sucesso". A secretaria de saúde informa ainda que o corpo do cinegrafista foi transferido para o Instituto Médico Legal (IML).

Além do cinegrafista da TV Bandeirantes, outros quatro homens morreram durante o tiroteio. Segundo a PM, os outros quatro mortos eram criminosos da favela. A nota oficial informa que seis traficantes foram presos, entre eles o gerente do tráfico da favela, conhecido como "BBC" e seu braço direito, identificado apenas como "China".

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Segundo a PM, o objetivo da operação, que reuniu cem policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Batalhão de Choque "era checar informações da área de Inteligência de que líderes do tráfico fortemente armados se reuniam no local". Houve apreensão de armas e drogas.

"O repórter cinematográfico foi atingido no peito em pleno exercício de sua profissão", confirmou nesta manhã, o Grupo Bandeirantes, que lamentou a morte do profissional. Segundo a nota, ele "foi atingido "por um tiro de fuzil, provavelmente disparado por um traficante", durante a operação, na qual "o funcionários estava de colete à prova de balas - modelo permitido pelas Forças Armadas, sempre usado por profissionais da Band em situações como esta". Gelson Domingos tinha 46 anos.

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Agência Brasil - O Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro responsabilizou a TV Bandeirantes pela morte do repórter cinematográfico Gelson Domingos, de 46 anos, ocorrida hoje (06). Ele foi atingido no peito por um tiro de fuzil durante a cobertura de uma operação da Polícia Militar contra o tráfico de drogas na favela de Antares, em Santa Cruz, na zona oeste da cidade.

Gelson Domingos, que também trabalhava na TV Brasil, usava um colete à prova de balas, mas o projétil ultrapassou a proteção. Para a presidenta do sindicato, Suzana Blass, a morte do cinegrafista foi uma tragédia anunciada, porque os coletes fornecidos pelas empresas de comunicação não resistem a tiros de fuzil. Ela disse que o sindicato pode recorrer à Justiça para obrigar a Bandeirantes a amparar a família de Domingos.

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“Isso [o colete] é uma maquiagem. Os coletes não oferecem segurança para o profissional porque não protegem contra os tiros de fuzil, a arma mais usada pelos bandidos e também pela polícia no Rio. E as emissoras só dão o colete porque a convenção coletiva de trabalho estabeleceu que o equipamento é obrigatório em coberturas de risco."

Suzana Blass disse que o sindicato propôs às empresas de comunicação a criação de uma comissão de segurança para acompanhar a cobertura jornalística em situações de risco, mas que a proposta não foi aceita. “Sabemos que as condições oferecidas são precárias, mas as empresas alegam que a comissão seria uma ingerência no trabalho delas e que iriam sugerir um outro formato, mas até agora nada ofereceram."

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“Também já pedimos que as empresas de comunicação façam um seguro diferenciado para as coberturas de risco, mas elas responderam que já protegem seus funcionários e classificaram a proposta do sindicato como uma interferência em seu trabalho”, acrescentou Blass.

Outro problema, segundo ela, é que muitas empresas contratam operadores de câmera externa para exercer a função de repórter cinematográfico, porque os salários são menores, o que acarreta em prejuízos no resultado do trabalho.

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Para Suzana Blass, além da falta de condições de trabalho, o profissional de comunicação convive diariamente com uma questão cultural, pois está sempre em busca da melhor imagem. “Com isso, ele acaba aceitando o trabalho sem pensar no risco que vai correr, sem pensar na necessidade de se prevenir contra os acidentes e também para não ficar com fama de "marrento" caso se recuse a cumprir a pauta."

Pela TV Brasil, o cinegrafista Gelson Domingos e o repórter Paulo Garritano ganharam, no ano passado, menção honrosa na 32ª edição do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na categoria TV Documentário, com a série sobre pistolagem no Nordeste, exibida no programa Caminhos da Reportagem.

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