Chico de Oliveira reafirma voto em Dilma

Sociólogo Francisco de Oliveira, um dos maiores críticos do Partido dos Trabalhadores, surpreende ao declarar apoio à reeleição de Dilma Rousseff: “candidata representa uma continuidade das melhores tradições” da esquerda do Brasil; segundo ele, 'o futuro não é uma coisa em aberto'

Sociólogo Francisco de Oliveira, um dos maiores críticos do Partido dos Trabalhadores, surpreende ao declarar apoio à reeleição de Dilma Rousseff: “candidata representa uma continuidade das melhores tradições” da esquerda do Brasil; segundo ele, 'o futuro não é uma coisa em aberto'
Sociólogo Francisco de Oliveira, um dos maiores críticos do Partido dos Trabalhadores, surpreende ao declarar apoio à reeleição de Dilma Rousseff: “candidata representa uma continuidade das melhores tradições” da esquerda do Brasil; segundo ele, 'o futuro não é uma coisa em aberto' (Foto: Roberta Namour)


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por Renato Brandão, especial para a Rede Brasil Atual
São Paulo – Fundador e um dos maiores críticos do Partido dos Trabalhadores, o sociólogo Francisco de Oliveira surpreendeu esta semana ao declarar voto na reeleição da presidenta Dilma Rousseff. E mais: por meio do canal oficial de vídeo da campanha petista, o cientista político marxista justificou seu apoio à petista por “representar uma continuidade das melhores tradições” da esquerda do Brasil.

Apesar disso, em entrevista à RBA ele afirmou enxergar certa convergência ideológica entre a candidatura oficial e a da oposição, representada pelo senador mineiro Aécio Neves, do PSDB. “A presidenta Dilma é de uma certa tradição e o candidato Aécio Neves é de outra tradição, mas eles não são inimigos, são apenas adversários políticos”, diz.

“Ninguém está tentando romper com o capitalismo, ninguém está propondo sequer romper com o modelo que vem sendo adotado. São candidaturas partidariamente diferentes, mas ideologicamente não tem uma radicalização como tinha em 1989”, acrescenta o sociólogo, que cunhou o termo “ornitorrinco” como uma metáfora para definir o capitalismo brasileiro, que estaria no meio do caminho da linha evolutiva, assim como a espécie atípica de mamífero semiaquático natural da Austrália. Assim, o país seria uma simbiose entre o moderno e o arcaico, que não avança nem retrocede na escala do desenvolvimento.

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Para o professor emérito da Universidade de São Paulo, seu conceito manifestado em ensaio no ano de 2003 continua muito atual. “É difícil que em uma geração se realize todas as reformas que são consideradas necessárias por essa parte da esquerda brasileira. Não é fácil fazer reformas. É fácil falar, mas muito difícil realizá-las.”

Chico de Oliveira acredita que essas reformas, embora muito importantes, ainda não são populares e imediatas necessidades do povo. “São reformas políticas muito importantes que esperemos que venham a ter maior inserção e expressão na vida política. Por enquanto, não têm.”

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Duas das principais bandeiras da campanha presidencial do PT, a reforma política e a democratização da mídia, não são ideias aprofundadas ao eleitor, na visão do crítico marxista. “Ninguém vai propor nada disso no Congresso, isso não passa. Ademais de que é vago. O que quer dizer isso? Ninguém explicita. É só retórica eleitoral.”

Leia aqui a entrevista na íntegra.

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