Chefe da PF: 'Lava Jato prossegue, doa a quem doer'
O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, deu demonstração de independência da PF em relação ao governo e afirmou neste domingo, 5, que as investigações da Operação Lava Jato irão continuar, com "o ministro José Eduardo Cardozo na Justiça ou não"; "A PF é uma instituição sólida, temos uma estrutura que se consolidou nos últimos anos, e uma cultura de polícia legalista", afirmou o diretor; questionado sobre os grampos ilegais implantados na cela do doleiro Alberto Youssef, Daiello afirma que o fato está sendo investigado, mas que não vislumbra que as escutas possam gerar nulidade na Lava Jato; "A operação é muito bem construída, com robustez das provas, que segue seu trajeto dentro do padrão das operações da PF"; segundo ele, a Lava Jato vai continuar "até se exaurir"
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247 - O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, afirmou em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo neste domingo, 5, que as investigações da Operação Lava Jato irão continuar, "doa a quem doer". "Nós investigamos fatos, não pessoas. Aonde os fatos vão chegar é consequência da investigação, doa a quem doer".
Mesmo com a pressão de setores do PT sobre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acusando a PF de direcionamento político nas investigações, Leandro Daiello disse que a operação irá continuar com "o ministro José Eduardo Cardozo na Justiça ou não".
"Se o ministro vai ou não ficar é uma questão que afeta o Ministério da Justiça e a Presidência, não a PF. A PF é uma instituição sólida, seguirá sua vida com Cardozo ou sem Cardozo, com Daiello ou sem Daiello. Nós temos uma estrutura que se consolidou nos últimos anos, uma doutrina de polícia, de investigação, e uma cultura de polícia de Estado e de polícia legalista", afirmou o diretor.
Daiello enfatizou que o Eduardo Cardozo jamais o procurou para "maneirar" nas investigações sobre qualquer suspeito ligado ao governo. "O ministro tem uma conduta totalmente republicana e é extremamente legalista, como o diretor-geral da PF também é", contou.
Sobre os grampos ilegais implantados pelo agente Dalmey Fernando Werlang na cela do doleiro Alberto Yousseff a mando do superintendente da PF em Curitiba, Rosalvo Ferreira Franco, e dos delegados da Operação Lava Jato Igor Romário de Paula e Márcio Adriano Anselmo, o diretor da Polícia Federal afirmou que o fato está sendo investigado.
"Toda e qualquer conduta duvidosa é apurada de imediato pela Corregedoria. Estamos apurando se o fato existiu e se foi ilícito administrativo ou penal", afirmou Daiello, completando que a suposta ilegalidade não tem capacidade para anular a Lava Jato. "Não vislumbro nada nesse suposto fato que possa levar à nulidade da Lava Jato. A operação é muito bem construída, com robustez das provas, que segue seu trajeto dentro do padrão das operações da PF".
Questionado até onde vai a Lava Jato, Leandro Daiello afirmou: "Vai até exaurir. Enquanto encontrar fatos com indícios de serem criminosos, a PF continuará investigando. A Lava Jato começou com a investigação de quatro doleiros, se estendeu para seus clientes, novos inquéritos foram abertos e virou o que virou. E vamos continuar".
Leia aqui a íntegra da entrevista.
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