CFM critica proposta mesmo após recuo do governo

Após o governo recuar da proposta de ampliação do curso de medicina de seis para oito anos, Conselho Federal de Medicina (CFM) diz que oferta universal de residência médica aos recém-formados, na rede pública de saúde, até 2018, dificilmente alcançará a qualidade necessária; proposta de obrigatoriedade de os formandos passarem pelo SUS foi apresentada hoje pelo governo, como parte do Programa Mais Médicos

CFM critica proposta mesmo após recuo do governo
CFM critica proposta mesmo após recuo do governo


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Da Agência Brasil

Brasília – O Conselho Federal de Medicina (CFM) diz que oferta universal de residência médica aos recém-formados, na rede pública de saúde, até 2018, dificilmente alcançará a qualidade necessária. A proposta de obrigatoriedade de os formandos passarem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi apresentada hoje (31) pelo governo, como parte do Programa Mais Médicos.

O vice-presidente do CFM, Carlos Vital, disse que "não há, hoje, condições suficientes para que isso [a universalização da residência médica] se torne realidade em cinco anos", e acrescentou que a ação "pode vir a ser configurada como mais uma forma de serviço civil obrigatório, em pseudo forma de residência".

continua após o anúncio

Carlos Vital, disse que a residência médica é uma reivindicação da categoria. Ele acredita que deve haver uma vaga por estudante, o que não acontece hoje. Segundo o Ministério da Educação, cerca de 50% dos recém-formados não encontram vaga. Para o médico, a proposta de ampliação do número de vagas apresentada pelo governo tem muitas lacunas.

O vice-presidente do CFM diz também que o problema não é apenas a oferta de vaga, mas a valorização de certas áreas como a medicina da família – uma das áreas mais carentes do SUS. Atualmente, das cerca de 12 mil vagas de residência ofertadas, 9 mil não são preenchidas.

continua após o anúncio

Vital criticou a forma como o programa Mais Médicos está sendo implementado, por medida provisória (MP). Ele antecipou que CFM vai atuar no Congresso Nacional para que a MP seja derrubada.

Protesto

continua após o anúncio

Cerca de 200 médicos, segundo cálculo da Polícia Militar, protestam neste momento, na Avenida Paulista, contra o Programa Mais Médicos, lançado este mês pelo governo federal. Com cartazes e apoiados por carros de som, os manifestantes fecham um dos sentidos da pista. Apesar de o governo ter recuado hoje (31) da proposta de ampliar em dois anos a graduação em medicina, os manifestantes criticam a possibilidade de entrada de médicos estrangeiros no país sem a revalidação do diploma.O protesto começou na sede da Associação Paulista de Medicina (APM), na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, foi para a Paulista e será encerrado na Rua da Consolação, onde está sediado o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp).

Para o presidente da APM, Florisval Meinão, o recuo do governo na questão do aumento do período de graduação em medicina era necessário, porque "a proposta é inaceitável e inadmissível, do ponto de vista técnico". No entanto, Mainão ainda demostrou desconfiança em relação à proposta do governo. "Parece que o recém-formado, de uma maneira ou de outra, será enviado para atender a essa população mais vulnerável." O Programa Mais Médicos prevê o trabalho que os recém-formados trabalhem na periferia dos grandes centros e em cidades do interior, onde faltam profissionais de saúde.

continua após o anúncio

Como alternativa à proposta do governo, o presidente da Associação Paulista de Medicina voltou a defender mais investimentos para a saúde e a criação de um plano de carreira público para os médicos. "Enquanto não se tratar da questão do financiamento, não há como levar uma saúde de qualidade para a população", afirmou o médico.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247