Cerveró enfrenta Moro: “Nenhuma acusação que o sr. fez foi provada”
Ex-diretor da Petrobras questionou o juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, sobre a necessidade de estar preso por cinco meses, durante depoimento na Justiça Federal do Paraná; "Qual foi o critério que o senhor usou para me colocar preso preventivamente?", perguntou; "Eu estou preso há cinco meses, sem nenhuma culpa provada. Nenhuma acusação que o senhor fez foi provada", disse Nestor Cerveró; Moro respondeu que não discutiria suas decisões judiciais com o réu
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247 – Durante seu depoimento na Justiça Federal do Paraná, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró questionou o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, se havia necessidade de ele estar preso há cinco meses e ressaltou que "nenhuma acusação" contra ele foi provada.
"Eu estou preso há cinco meses, sem nenhuma culpa provada. Nenhuma acusação que o senhor fez foi provada", disse Cerveró. "Eu não fiz nenhuma acusação senhor Nestor, foi o Ministério Público", rebateu Moro. "Mas o senhor aceitou a denúncia, baseado em ilações do Ministério Público", continuou o réu, que é acusado de lavagem de dinheiro na compra de um duplex no valor de R$ 7,5 milhões em Ipanema.
Cerveró afirmou que a denúncia da Lava Jato sobre o apartamento teve como base reportagem de revista e que não houve investigação sobre o caso. "Não vou discutir com o senhor aqui as provas, vou avaliá-las na sentença", disse Moro. "Mas qual o sentido de eu estar cinco meses preso, por que eu não posso responder em liberdade ou em prisão domiciliar?", questionou ainda Cerveró.
Diante da resposta do magistrado de que iria analisar o caso "na sentença", Cerveró insistiu: "Isso não pode ser analisado antes?". "Não, o processo está encerrado, praticamente", disse Moro. "Mas já me custou cinco meses de cadeia", afirmou Cerveró, questionando em seguida: "Qual foi o critério que o senhor usou para me colocar preso preventivamente?". "Eu não vou ficar discutindo minhas decisões judiciais com o senhor. O interrogado aqui é o senhor, e não o juízo", concluiu Moro.
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