Cemitério da vila Formosa tem ossos à mostra
Covas rasas, com quatro palmos ou menos de profundidade, fazem parte do cenrio do cemitrio da zona leste de So Paulo
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Ossos à mostra e covas rasas, com quatro palmos ou menos de profundidade, fazem parte do cenário do Cemitério da Vila Formosa, na zona leste da capital paulista. A situação irregular incomoda quem vai até lá para visitar o túmulo de algum familiar ou conhecido ou ainda acompanhar um enterro. A Prefeitura prometeu ontem investigar as irregularidades.
A reportagem visitou o cemitério na terça e na quinta-feira da semana passada e constatou o descaso. Parte das covas da quadra número 52, da unidade 2 do cemitério, passava por processo de exumação. Sobre os montes de terra, qualquer visitante podia ver os pedaços de caixões e ossos.
Durante o velório do fiscal Sandro Cordon Antônio, de 33 anos, assassinado no dia 3 pelo vigia Jônatas Pereira Lima em uma agência do Bradesco em São Bernardo do Campo, familiares ficaram próximos de covas abertas e ossos à mostra.
“É triste, porque a família já está abalada com a perda da pessoa. Olha para o lado e vê os ossos jogados ali. Passa uma má impressão”, diz a coordenadora de eventos Rosa de Queirós, de 36 anos. O corpo da mãe dela foi enterrado em maio no cemitério e, desde então, ela visita o local com frequência.
Para piorar a situação, não há nada que impeça a entrada de animais. “Se as covas não são fundas, é perigoso algum cachorro vir aqui, cavar e revirar tudo”, alerta a aposentada Mercedes Freitas Pereira, de 65 anos, que teve o corpo do namorado enterrado no local. Além da quadra 52, é possível encontrar ossos à mostra na quadra 54, onde atualmente são enterrados os corpos dos indigentes.
O Vila Formosa é considerado o maior cemitério da América Latina. O local foi fundado em 1949 e ocupa uma área de 763.175 metros quadrados.
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