Caso Celso Daniel: penas dos condenados somam 62 anos
Foram julgados, nesta quinta-feira, apenas trs dos cinco acusados; os jurados confirmaram a tese do Ministrio Pblico de que o delito teve motivao poltica, feito sob encomenda, mediante pagamento
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Fernando Porfírio _247 - A Justiça de São Paulo condenou, nesta quinta-feira (10), três homens que eram acusados de participação na morte de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, no ABC Paulista. A decisão foi tomada pelo Tribunal do Júri de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
Os jurados confirmaram a tese do Ministério Público de que o assassinato do ex-prefeito de Santo André foi um crime político, praticado sob encomenda, mediante pagamento de recompensa, e não um crime comum.
Ivan Rodrigues da Silva, o “Monstro”, foi condenado a 24 anos de prisão pelo crime de homicídio duplamente qualificado. José Edison da Silva recebei pena de 20 anos e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira, o “Bozinho”, 18 anos de prisão. Cabe recurso ao Tribunal de Justiça.
Os réus negaram envolvimento no crime. José Edson da Silva, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira e Ivan Rodrigues da Silva disseram também que não conheciam o ex-segurança Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do crime, nem Dionísio de Aquino Severo, apontado como líder do bando que sequestrou o ex-prefeito de Santo André.
O julgamento teve início por volta das 11h e, como as testemunhas arroladas pela defesa foram dispensadas, a sessão começou com os interrogatórios dos três. Os advogados dos outros dois abandonaram o júri alegando “desigualdade” entre acusação e defesa porque teriam apenas meia hora para defender seus clientes.
“É impossível defender o réu em 30 minutos”, afirmou Ana Lúcia Santos, advogada de Elcyd Oliveira Brito, o “John”. Outro que teve seu julgamento adiado foi Itamar Messias da Silva. O júri dos dois foi remarcado para 16 de agosto.
O promotor Márcio Augusto Friggi de Carvalho contou que Elcyd conduzia a Blazer que, junto a um Santana, bloqueou a passagem da Pajero onde estava o prefeito no momento do sequestro, em janeiro de 2002.
Celso Daniel foi abordado num bairro da zona Sul de São Paulo, depois de deixar um restaurante. Ele estava acompanhado do ex-segurança Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser mandante do crime.
Sombra não está entre os réus que serão julgados nesta quinta, porque dois recursos fizeram com que o processo que trata da acusação contra ele fosse desmembrado. Ainda não há uma data para julgamento.
De acordo com o Ministério Público, os réus foram recrutados por Dionísio Aquino Severo, que, segundo a acusação, liga Sombra ao grupo que executou a ação. Dionísio foi morto na cadeia logo após sua prisão, em 2002.
A promotoria sustentou que o crime está ligado a denúncias de corrupção na administração pública de Santo André. Celso Daniel teria descoberto que o dinheiro do esquema de corrupção instalado na prefeitura para financiar campanhas eleitorais do PT estava sendo utilizado para arcar com gastos pessoais dos envolvidos. “O esquema para beneficiar o PT ele (Celso Daniel) sabia e concordava. Não concordou com o enriquecimento pessoal dos envolvidos”, disse o promotor.
De acordo com o MP, foi forjado um sequestro para encobrir a real motivação do crime. O corpo de Celso Daniel foi encontrado dois dias após sua captura com marcas de oito tiros em Juquitiba, São Paulo.
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