Carvalho critica ação da polícia contra 'rolezinhos'
Ministro da Secretaria-Geral da Presidência diz que ação "inadequada" da Polícia Militar nos 'rolezinhos' em shopping de São Paulo "acaba colocando gasolina no fogo"; Gilberto Carvalho também criticou a postura de empresários em querer bloquear a entrada dos jovens de periferias nos estabelecimentos; "Para mim é, no mínimo, inconstitucional. Qual o critério que você vai selecionar uma pessoa da outra?", questionou; no sábado 11, o shopping JK, do empresário Carlos Jereissati, obteve liminar judicial para impedir a entrada dos participantes dos 'rolezinhos'
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247 – O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, chamou de "inadequada" a ação da Polícia Militar contra os chamados 'rolezinhos', encontro de jovens da periferia em shopping centers de São Paulo. Segundo o ministro, "a ação inadequada da polícia acaba colocando gasolina no fogo". "Esses jovens de periferia também têm direito à diversão e lazer. Se trata de mais um desses passos que a sociedade vai dando", disse ele.
Gilberto Carvalho criticou ainda os empresários que querem impedir a entrada desses jovens nos shoppings. Para ele, isso é "no mínimo, inconstitucional". No sábado 11, o empresário Carlos Jereissati, dono do shopping JK, a meca do luxo na capital paulista, conseguiu uma liminar na Justiça para impedir a entrada dos jovens participantes dos 'rolezinhos'.
"Eu não tenho dúvida que isso está errado. Para mim é, no mínimo, inconstitucional. Qual o critério que você vai selecionar uma pessoa da outra? É a cor, é o tipo de roupa que veste? Tudo isso implica no preconceito, no pré-julgamento de uma pessoa e fere a Constituição e o Instituto da Criança e do Adolescente ao lazer", disse Carvalho, que participou hoje do 3° Encontro da Juventude Camponesa, no Recife, Pernambuco.
Hoje, os membros da Associação Brasileira de Shopping Centers se reuniriam para discutir o assunto. Uma das medidas que podem ser adotadas pelos empresários é o pedido de identificação para a entrada de clientes nos shoppings. A informação é do advogado Alberto Zürcher, membro da entidade. Segundo ele, no entanto, a vistoria, que pode ser classificada como discriminatória, como ele próprio reconhece, aconteceria por "sorteio", e não por discriminação. "Tal como na alfândega", compara.
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