Cardozo sobre cinegrafista: "tudo vai ser apurado"

Ministro da Justiça disse nesta terça-feira que ainda é cedo para afirmar que a morte de Santiago Andrade pode ser considerada um crime contra a imprensa e contra a liberdade de expressão; "Não dá para termos nenhuma conclusão definitiva enquanto o inquérito não estiver concluído", afirmou José Eduardo Cardozo, após se reunir com integrantes de entidades que representam empresas jornalísticas

Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a secretária nacional do Consumidor, Juliana Pereira, falam com jornalistas na sede do Ministério
Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a secretária nacional do Consumidor, Juliana Pereira, falam com jornalistas na sede do Ministério (Foto: Gisele Federicce)


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Alex Rodrigues – Repórter Agência Brasil

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (11) que ainda é cedo para afirmar que a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade pode ser considerada um crime contra a imprensa e contra a liberdade de expressão. Segundo ele, também é cedo para avaliar se o episódio é resultado da hostilidade contra veículos de comunicação demonstrada por alguns participantes das manifestações que vem ocorrendo no país.

"Não dá para termos nenhuma conclusão definitiva enquanto o inquérito não estiver concluído e enquanto não tivermos subsídios para uma análise mais rigorosa do que aconteceu", disse o ministro à Agência Brasil, logo após se reunir com integrantes de entidades que representam empresas jornalísticas e cobram do governo federal medidas mais rigorosas para conter a violência contra profissionais da imprensa durante as manifestações.

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"Não posso, sem ter o resultado da apuração dos fatos, saber se este foi um ato individual ou coletivo. Não gosto de prejulgar. Tudo vai ser apurado. E as imagens [do momento em que o cinegrafista é atingido pelo rojão] são apenas um dos componentes que devem ser apreciados na investigação", explicou Cardozo, ao ser perguntado se o rojão que atingiu Santiago não poderia ter atingido e matado outra pessoa.

O cinegrafista da Bandeirantes foi atingido na cabeça por um rojão, enquanto filmava um protesto contra o aumento das passagens de ônibus quinta-feira (6), no centro do Rio de Janeiro, e morreu ontem (10) em virtude dos ferimentos. A polícia já identificou os dois manifestantes envolvidos no disparo do artefato explosivo. Um deles é o tatuador Fábio Raposo, que após se entregar à polícia, confessou ter repassado o explosivo ao suspeito de acender e lançar o rojão. Este foi identificado pela polícia como sendo Caio Silva de Souza e ainda está sendo procurado.

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As imagens registradas por vários veículos de comunicação no dia do protesto mostram Santiago trabalhando sozinho, sem qualquer equipamento de proteção, em meio ao tumulto gerado pelo confronto entre manifestantes e policiais. Hoje, após reunião com o ministro, o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slavieiro, afirmou que Santiago havia recebido, da empresa, equipamentos de segurança e orientações para se manter a pelo menos 50 metros de distância da área de maior risco.

"Toda vez que um profissional de imprensa é impedido de exercer sua função, quem perde é a sociedade brasileira, que deixa de ser informada. Os jornalistas estão sendo alvo de um grupo minoritário de arruaceiros [presentes às manifestações]", disse Slavieiro. Para ele, a morte do cinegrafista mostra que é preciso "aperfeiçoar" as leis, para inibir a ocorrência de agressões e mortes nesses eventos.

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O presidente da Abert lembrou que a hostilidade contra a imprensa ocorre desde o ano passado e vem crescendo. "Infelizmente, essa tragédia aconteceu com o Santiago. Se foi uma fatalidade, a investigação vai dizer." Slavieiro ressaltou, porém, que, independentemente de quem foi a vítima, é um fato que exige o aprofundamento das investigações e a identificação dos responsáveis. "Por ter sido uma pessoa da imprensa, há maior conotação e cobertura", afirmou.

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