Cardozo rebate Janot: não há razão para afastar diretores
Ministro da Justiça convocou coletiva e disse que não há indícios de que a presidente da Petrobras, Graça Foster, nem os diretores da estatal tenham cometido algum ato ilícito; "Não há nenhuma razão objetiva para que atuais diretores sejam afastados", afirmou; mais cedo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a demissões de diretores da empresa
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247 – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rebateu em coletiva de imprensa nesta terça-feira 9 o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao dizer que não é necessária a substituição da diretoria da Petrobras.
"Não há nenhuma razão objetiva para que atuais diretores sejam afastados", disse Cardozo. Segundo ele, não há indícios de que a presidente da estatal, Graça Foster, nem os diretores tenham cometido algum ato ilícito.
Mais cedo, ao comentar as investigações da Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção em contratos da empresa, Janot defendeu a "eventual substituição" da diretoria, ainda que os atuais diretores não tenham culpa pelas fraudes.
"Esperam-se as reformulações cabíveis, inclusive, sem expiar ou imputar previamente culpa, a eventual substituição de sua diretoria, e trabalho colaborativo com o Ministério Público e demais órgãos de controle", declarou, durante discurso proferido em Conferência Internacional de Combate à Corrupção, em Brasília.
Abaixo, reportagem da Agência Reuters:
Ministro da Justiça diz que governo não vê motivos para substituir diretoria da Petrobras
BRASÍLIA (Reuters) - Após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter sugerido a substituição da diretoria da Petrobras (PETR4.SA: Cotações) nesta terça-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que o governo confia nos atuais diretores e que a estatal está colaborando com as investigações para apurar denúncias de corrupção.
"O governos tem uma posição muito clara a esse respeito. Em primeiro lugar, nós afirmamos e reafirmamos que não existem quaisquer indícios ou suspeitas que recaiam sobre a pessoa da atual presidente, (Maria das) Graças Foster, e os atuais diretores", disse o ministro a jornalistas.
"É importante também observar que tanto a presidente Graça Foster como os diretores têm colaborado intensamente com as investigações... que não são poucas", acrescentou Cardozo, que convocou a entrevista coletiva para rebater Janot depois de se reunir com a presidente Dilma Rousseff.
A Petrobras está no centro de denúncias de um esquema de corrupção, no qual dinheiro dos contratos da estatal seriam desviados para alimentar o caixa de partidos políticos.
O Ministério Público e a Polícia Federal colhem depoimentos há meses e alguns deles estão sendo feitos por meio de acordo de delação premiada, o que tem impulsionado as investigações e apontado nomes de empreiteiras e políticos que estariam envolvidos.
Mais cedo, durante a Conferência Internacional de Combate à Corrupção, em Brasília, Janot defendeu a "eventual substituição" da diretoria, ainda que seus atuais diretores não estejam envolvidos.
"Esperam-se as reformulações cabíveis, inclusive, sem expiar ou imputar previamente culpa, a eventual substituição de sua diretoria, e trabalho colaborativo com o Ministério Público e demais órgãos de controle", declarou Janot.
Ao falar sobre as denúncias de corrupção que envolvem a Petrobras e diversas empreiteiras, Janot disse que o país "se vê convulsionado por um escândalo que, como um incêndio de largas proporções, consome a Petrobras e produz chagas que corroem a probidade administrativa e as riquezas da nação".
NOVA DIRETORIA
Além de defender a manutenção da atual diretoria e ressaltar a colaboração da estatal com as investigações, Cardozo disse que até esta sexta-feira a Petrobras deve escolher um novo diretor de compliance.
"A diretoria avaliará o momento que será divulgado o nome e o tempo de mandato (do novo diretor)", afirmou o ministro.
Ele ressaltou ainda que a Petrobras está atuando na tentativa de recuperar os recursos desviados e instaurou processos administrativos internos para cada denúncia e compartilhado os resultados com o Ministério Público, com a Controladoria-Geral da União e com o Tribunal de Contas da União.
"Por tudo isso, a posição do governo é que não há nenhuma razão objetiva para que os atuais diretores da Petrobras sejam afastados do comando da empresa. (Eles) têm comandado a empresa e visado auxiliar investigações e criar condições que situações não se repitam na empresa", afirmou.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)
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