Cardozo: "Lava Jato não é terceiro turno"

"A investigação não é terceiro turno eleitoral. As pessoas não podem levar para o foro político possíveis crimes que foram cometidos. Se 'eleitoralizarmos' a investigação, a colocamos em cheque", disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; ele também defendeu os processos disciplinares contra delegados que insultaram a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula nas redes sociais; "Isso é necessário para que se ateste a lisura da investigação. Para que depois provas não sejam anuladas e o resultado seja comprometido", disse

Cardozo: "Lava Jato não é terceiro turno"
Cardozo: "Lava Jato não é terceiro turno" (Foto: Pedro França/Agência Senad)


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247 - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, comentou, neste sábado, a nova fase da Operação Lava Jato e condenou a politização do caso. "Há aqueles que ainda acham que estamos em uma disputa eleitoral. Não perceberam que o resultado das urnas já foi dado", disse ele. "A investigação não é terceiro turno eleitoral. As pessoas não podem levar para o foro político possíveis crimes que foram cometidos. Se 'eleitoralizarmos' a investigação, a colocamos em cheque", disse o ministro.

Foi um recado direto ao senador Aécio Neves, que tem tensionado o cenário político. Ontem, o político mineiro defendeu a instauração de uma nova CPI e insinuou o desejo de que as investigações atinjam o ex-presidente Lula e a presidente Dilma.

Cardozo também defendeu os processos disciplinares contra os delegados que atuam no caso e, nas redes sociais, insultaram Lula e Dilma. "Isso é necessário para que se ateste a lisura da investigação. Para que depois provas não sejam anuladas e o resultado seja comprometido", disse. "Isso não é tentar influenciar as investigações, é preciso garantir que paixões pessoais não atrapalhem o a operação".

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Leia, abaixo, reportagem da Agência Reuters a respeito:

 

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Reuters - A presidente Dilma Rousseff pediu que as investigações da Lava Jato prossigam com transparência e que todos os responsáveis sejam punidos, disse neste sábado o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que criticou o uso eleitoral da operação.

 

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"Muitas vezes há aqueles que ainda acham que estamos numa disputa eleitoral. Talvez não tenham se apercebido que o resultado das urnas já foi dado... Eu repilo veementemente a tentativa de se politizar essa investigação", disse o ministro em entrevista coletiva em São Paulo neste sábado.

 

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Segundo ele, o governo não aceita insinuações de que se tenha tentado criar obstáculos para a investigação, e que os responsáveis serão punidos, sejam da oposição ou membros do governo, "doa a quem doer".

 

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Cardozo disse que entrou em contato na sexta-feira com a presidente Dilma, que participa da reunião do G20, grupo formado pelas principais economias do mundo, em Brisbane, na Austrália, para deixá-la a par da situação.

 

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"A orientação da presidente Dilma Rousseff ao Ministério da Justiça e a nossa à Polícia Federal é muito clara: investigar com absoluta transparência, com absoluta objetividade, tudo o que há de irregular, para que sejam punidas todas as pessoas que praticaram atos ilícitos", disse.

 

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Cardozo acrescentou que a Petrobras continuará normalmente com suas operações e que pretende conversar com a presidente da estatal, Graça Foster, para ter uma clareza sobre a situação dos contratos.

 

"A Petrobras não pode parar. A Petrobras é uma empresa vital para o país", afirmou.

 

A Polícia Federal lançou na sexta-feira nova fase da Operação Lava Jato, com a prisão do ex-diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras, Renato Duque, e de executivos de empresas privadas, após uma série de denúncias de corrupção nos últimos meses envolvendo grandes obras da petroleira. [nL2N0T42LD]

 

Cardozo afirmou que foram cumpridos todos os 49 mandados de busca e apreensão expedidos. Além disso, dos nove de condução coercitiva, seis foram cumpridos. Também foram emitidos 25 mandados de prisão, entre preventivas e temporárias, sendo 19 cumpridas. Segundo o ministro, elas continuam valendo e as pessoas que ainda estão soltas são consideradas foragidas.

 

(Por Juliana Schincariol, no Rio de Janeiro; Edição de Alexandre Caverni)


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