Campanha contra Aids na folia baiana será voltada a gays
Homossexuais, homens que fazem sexo com homens e travestis entre 15 e 24 anos sero o pblico alvo de campanha publicitria contra a doena no carnaval de 2012 no estado
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Por Victor Longo _Bahia 247 - No Carnaval de 2012, a campanha de combate à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) promovida pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) deverá ter foco no público gay. A informação foi concedida com exclusividade ao Bahia 247 pela coordenadora de DST/Aids do Estado, Jeane Magnavita. "Como o Boletim Epidemiológico Aids e DST – 2011, publicado pelo Ministério da Saúde, confirmou uma tendência de crescimento da Aids entre homens que fazem sexo com homens (HSH), gays e travestis, entre 15 e 24 anos, a campanha do Carnaval 2012 deve focar nesse público", adiantou Magnavita, minutos após participar de uma videoconferência com representantes do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids).
Segundo ela, os esforços para o carnaval 2012 serão voltados para a prevenção das DSTs população em geral, mas com foco nesse público – parte da chamada "população vulnerável". A campanha publicitária deverá defender a seguinte ideia: é melhor se prevenir do que remediar, mesmo havendo hoje a possibilidade de uma maior sobrevida para os portadores do vírus HIV. Apesar dos avanços da medicina, a Aids ainda não possui cura, mas sua transmissão pode ser contida através do uso de preservativos.
De acordo com a especialista, nos anos 80, quando teve início a epidemia de Aids, as campanhas se voltavam sobretudo para o público gay. "Em seguida, porém, a doença cresceu entre heterossexuais e, consequentemente, aumentou a incidência em crianças, devido à transmissão vertical (de mãe para filho); então, as campanhas se voltaram para esse público e, agora, nota-se uma tendência de crescimento entre gays, HSH e travestis", detalhou.
Nos últimos três anos, foram registrados 3.614 novos casos de Aids na Bahia, de acordo com dados da Sesab. Somente em 2010, houve um crescimento de 155% em relação ao ano anterior, totalizando 1.976 casos. Em 2011, foram identificados 864 pacientes com o vírus HIV somente até agosto.
Além disso, de acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Saúde Coletiva, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), 50% dos pacientes de HIV Aids têm acesso tardio aos serviços de saúde, o que diminui a expectativa de vida. Outros 40,3% levam até três meses para ter a primeira consulta médica e apenas um quarto chega aos serviços públicos de saúde, um mês após o diagnóstico.
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