Calmon sobre juiz: "Ele não sai por medo"
Corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon reafirma garantias de segurança aos magistrados e diz que o juiz Paulo Augusto Moreira Lima deixou o caso Cachoeira por 'cansaço' e por temer pela família, que teria sofrido ameaça velada; novo responsável pelo processo foi designado na noite de ontem
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247 - A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, disse, nesta quarta-feira 20, que o juiz Paulo Augusto Moreira Lima, que comandou as investigações sobre os esquemas de Carlinhos Cachoeira em Goiás e ordenou a prisão do bicheiro em fevereiro, deixou o caso alegando cansaço e temor pela família, que estaria recebendo ameaças veladas. "Ele não sai por medo", garantiu Eliana Calmon, ao sair de uma reunião no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A ministra disse ainda que que Moreira Lima recebeu todo o apoio que precisava para atuar no caso, mas destacou que, após 14 meses de investigação, passou a se sentir preocupado com a própria saúde e com a segurança de sua família. O corregedor do Tribunal Regional Federal da 1a Região (TRF1), desembargador Carlos Olavo, que empossou, na noite desta terça-feira 19, um novo juiz para tocar o caso, também disse que o juiz tinha o apoio de segurança solicitado e lembrou, inclusive, que Moreira Lima tinha dispensado a escolta ostensiva da Polícia Federal entre março e abril.
"Ele não está se sentindo desconfortável. Mas tem sentimento de ameaças veladas", disse o desembargador. Lima, que não deu qualquer declaração à imprensa, será removido para a 12ª Vara de justiça de Goiás e, a seu pedido, não vai tratar de matérias criminais. No ofício em que pediu a dispensa, ele argumenta que a família foi procurada por policiais goianos "em nítida violência velada" e que havia informações de "crimes de homicídio provavelmente praticados a mando por réus do processo pertinente a operação Monte Carlo".
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